domingo, 20 de maio de 2012

Estou Gostando...


Estou Gostando...

Estou gostando de você
Como vou te dizer?
Como não ser clichê?
Como te convencer?

Estou gostando de amar
Como vou te contar?
Como não exagerar?
Como te conquistar?

Estou gostando de sentir
Como vou te pedir?
Como não me iludir?
Como te seduzir?

Estou gostando do amor
Como um beijar-flor
Como um ator
Quem sabe como sonhador!

Quase Independente


Quase Independente

Quase independente do mundo
Só falta arranjar emprego
Só falta mudar de casa
Quem sabe até me formar

Quase independente do mundo
Só falta excluir o face
Só falta pagar as contas
Quem sabe até beber

Quase independente do mundo
Só falta comprar uns móveis
Só falta pagar os impostos
Quem sabe até sorrir

Quase independente de tudo
Só falta queimar os documentos
Só falta chegar ao fundo
Quem sabe me livra do mundo

Tédio em Envelhecer


Tédio em Envelhecer

Sou eu que não entendi
Ou o relógio parou?
As horas vazaram
E tudo se entediou

Sem emprego, vamos
Quase pra nos formar
Vivemos cada dia
Sem saber com o que sonhar

Saudade das velhas melodias
De um futuro que se podia mudar
Das promessas descomprometidas
Do medo do vestibular

O que será que tem na TV?
Mais noticias de corrupção
Outras tantas balas perdidas
Milagres em época de eleição

Procurar empregos
Desclassificados no jornal
Seriedade na entrevista
Ser você mesmo no carnaval

Tudo em seu tempo
E o tempo se ferrou
As horas vazaram
À conta gota que entediou

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Desculpa


Desculpa,

Tanto tempo faz, tanto fez, que não olho no espelho. Não paro e nem reparo quem sou, quem fui, quem serei e quem me torno agora. Preso no extremo lance da sedução de uma chama de vela, que não me permite ler os pequenos rascunhos de um livro que nem sei mais se quero escrever.

Meus personagens (meus eus que se foram) cheios de cor e brilho foram ficando opaco. Um cinza morno, vazio e melancólico do dia-a-dia, por mais que eu acreditasse ser um verde florescente... Assim é a vida nos dias de hoje, fazem-nos crer vaga-lumes e damos de encontro com a brasa da lamparina. Queimamo-nos!

Há de existir mais poesia, que não sei onde buscar. Talvez eu deva criar meu novo reino, mundo proibido, vacilar na fantasia e me deleitar no delírio pleno! Quem sabe estariam certos os mundanos: é se perdendo que se encontra...

Quase não há um pedido explicito de desculpas, mas, na verdade, é que a vergonha me aflige em ser tão direto. Peço desculpas por ter me feito tão correto, ter buscado tanto a vida estável, o mundo humano! Já não me cabe mais este grilhão, há outros mundos. Meu lugar é junto à poesia, há meus amores, meu Amor.

Aqui há monstros...