sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quantidades e Qualidade

Quantidades e Qualidade

Quantos amores ainda terão de morrer para aprendermos a amar? Quantas vidas precisaremos viver para aprendemos a vivenciar?
Quantas e quantas coisas a se perguntar, não?! Mas eu me acalmo com apenas uma resposta: um Sim!
Quantos contos de fadas serão necessários de se ler para se aprender a escrever o seu próprio no dia-a-dia?
Quantas e quantas canções serão necessárias para que se aprender a cantar um dueto em algum canto?
Quantas e quantas palavras a dizer, não?! Mas eu me acalmo com apenas uma fala: um Sim!
Quantos reis e rainhas terão que se casar para aprendermos a nos pedir em casamento?
Quantos reinados terão de sucumbir para aprendermos a brincar de mundo de magia?
Quantas historias sem fim, não?! Mas eu me acalmo apenas com um fim: um Sim!
Quantas e quantas gotas de água no mar, quantos e quantos grãos de areia no deserto, mas não nos conformamos com esta infinidade de coisas, apenas com um Sim!
Quer ser minha? Quantas vezes terei que repetir? Quer mesmo ser minha? Quantas vezes você não vai acreditar? Um sim me basta, um sim pra me acalmar!

Distraindo o Tédio

Distraindo o Tédio

O que vem?
O que vem?
O que vem?
O que há?
O que há?
O que há?

Afinal, afinal, afinal de contas, quem contou as gotas de lágrimas caídas de mim antes de ir dormir?

É que busco uma invenção nada nova, que muitos morrem sem conseguir encontrar... Parecem aquelas coisas de alquimista, outros dizem que é de budista, outros se atrevem a dizer que é coisa de loucos ocultistas... Mas acontece, acontece, que eu achei, sim eu achei, buscando de tanto se buscar, achei esta invenção velha, nada moderna, uma tal incerteza... Amar!

Mas ainda assim, ainda assim, fico buscando no alto, em qualquer lugar, com quem, com quem, afinal, com quem compartilhar?

Relíquias de um Coração Velho

Relíquias de um Coração Velho

Para quem não sabe amar sobra muito tempo para ter tentado, para quem amou e, por motivos diversos, amar não bastou, faltou algo, alguém, sobra um coração velho!

Dentro deste objeto sagrado, para quem amou (não que foi amado), ficam guardadas lembranças tolas, soltas, sem nexo algum para os que o vão averiguar com as mais belas linguagens exóticas da ciência, sobram às indagações de que aquilo careça de significado de que não passe de um devaneio de mais um louco pintor pós-moderno! Mas para os que vêm com a graça de seus corações partidos e reconstruídos (ou não, mas engessados de medo ou cheio de esparadrapos podres de tanto tentar remendar o que é irremediável fim) é que se encontra sentido, alias não sentido ou significado, mas sentimento.

Dentro daquele, antes palpitante, órgão (antes vivo) de sonoridade batucante encontram-se lembranças do que foi, do é e talvez do que será (ou mesmo nunca foi, ficou ali guardado como um sonho de um mal sonhador, que não sabe viver) um encantado (e encantável) baú de sentimentos mortos, um cemitério que embalsama múmias de carinhos, de versos, de prosas, de abraços e beijos, tantas coisas e cores que se tornam (se tornaram) pó.

Morre (mora) ali a singularidade de cada amor, relíquias de um coração velho... Sentimentos que se cristalizaram em lagrimas, amor!

Sonhos...

Sonhos...

Por que veio me visitar em sonho? Não poderia esperar o tempo passar, correr, o tempo caminhar até chega o momento de nosso reencontro?
Por que me deixa assim tão solto para que venha outra e me tome de ti? Por acaso acha que eu sempre voltarei aos teus braços como a água do amar que se tonar nuvem em busca de aventura pelos ares apenas para se jogar de volta aos braços de sua amada terra?
Por que se esconde de meus olhos de minhas palavras? Por acaso pensas que te engano ou que me engano com sentimentos sem fundamentos? Que fundamentos teriam se fossem tão profundos quanto os fundos dos mares?Penso, pensa, pensamos... Perdemos muito tempo sem nos sentir, sem nos permitir um sorriso vendido para comprá-lo de volta de nossos lábios, nos lábios do outro...
Afinal de contas, o que me contas de verdade? Seria apenas eu que me importo com teus olhos? Seria eu o único que pensos que não se lembra de mim? Seria recíproco este sentimento de abandono? Por que não se deixa sentir minha presença no teu colo a dormir toda noite e sonhar os meus sonhos contigo?
Sabes apenas vir a mim solitária e me visitar em sonho quando bem entende... Mas não entende que eu careço de visitar os braços teus!
Ah, que doce ilusão, desilusão ou reflexão, talvez! Quem diria eu dizer que te quero mesmo distante, mesmo inconstante, cheio de sentimentos conflitantes...
Sonhos, que se sonha só, que se sonham junto, que se deixa o vento levar. Sonhos...

Seqüestradora

Seqüestradora

Seqüestradora,

Por que veio seqüestrar logo meu coração indomável?
Por que quisera me prender em teus domínios e me fazer teu?
Que queres com um coração tão arrisco assim?
Não temes pelo perigo que passas com um coração tão selvagem?
Se não temes, o que te motivas vires de encontro a mim?
Que encantos guarda para me domar?
Seria toda uma maga, uma bruxa, feiticeira, tal vez?
Que encantos guarda para me enfeitiçar?
Teus olhos, teus cabelos, teus lábios, o que mais tens para me levar?
Com que amarras pretende me prender?
Com que laços pretende me enrolar, teu cabelos?
Afinal, o que pretendes fazer em mim, comigo?
Serei eu o predador ou a caça? Quem deseja se prender a quem?
Sei que é a mim que teus olhos pretendem domesticar!
Eles vêm com seus toques de malicia delicadas...
Bem sei que o que posso fazer é me por como prisioneiro manso
E mesmo que de coração selvagem, é em ti que desejo correr livre
E nos teus campos, na tua relva, que me desejo descansar
Ah, Bela, que queres que eu faça senão me render a ti?
Mas o que pretendes, enfim?
Eis a bela que vem me domar, eis a bela que vem conter...
Eis a bela!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ensaio de Uma Poesia (in)Completa

Ensaio de Uma Poesia (in)Completa

Queria que minhas palavras pudessem te acariciar os lábios
Queria que meus olhos encontrassem os teus
Queria, o quanto queria, e quero!

Eis que me ponho bobo a escrever, mais uma vez
De todas às vezes, está é a mais calma, mais simples, mais clara
Quem me dera não te ter apenas para ter o prazer de te reconquistar

Ai quem dera tantas coisas fúteis
Quem dera tantas banais
Tudo isto pareceria único e perfeito ao teu lado
Desde um sorvete derretido a um chocolate meio amargo

Me ensina teu segredo me ensina a não me apegar
Me ensina o que me prende a ti
Teu lábios, teus sorrisos, ou seria teus dentes
Sim! Teus dentes a me morder

Acho que não caberia em um só verso a síntese de tudo
De todos os sentimentos que me inundam
Então, fica uma promessa, entre tantas outras que te fiz e farei
Que venham mais poesias a si colher!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Profecias

Profecias

Quem viveu e quem virá
Pra ver a poesia se revelar
Feito profecia, um canto
Teu véu, nossos olhos, um encanto

Tudo em evidencia
Tudo de vidência predestinado
Destinatário de cartas flutuantes
De emails fofos de cavaleiro andante

É que quis viajar
Derrotar gingantes, te encontrar
Quis buscar um novo mundo
Deixar a solidão sem lamento profundo

Voei pelos céus
Com meu navio carrossel
Giramos e no mundo viajamos
Conhecer lugares e nos encontramos

Não foi preciso papel amarelado
Do tipo místico coisa de alquimista
Foi preciso apenas conversar
E descobrir o inesperado, um tão sonhado amar

Criamos uma nova rota pro amor
Mudamos o curso e o movimento
Que todos faziam pra ter ali chegar
Apenas nos deixamos à deriva do sentimento

A bussola já não sabe orientar
Se a índia fica no oriente
Ou se descansa no ocidente
Seria no Caribe ou em Madagascar?

Foram os profetas que nos guiaram
Tiveram visões e apostaram
Que o oposto do que se esperava poderia ser melhor
É que no fim das contas, ambos se encantaram

E assim foi nossa poesia
Nossa profecia
Nosso conto de ninar
Nosso canto de sonhar

E assim foi em nossa melodia
Em nossa fantasia
Nos fazer viver
Uma nova concepção de amor, transcender

O Sonho Não Acabou

O Sonho Não Acabou

Por que me olhas assim?
Eu não te disse “te amo”
Sim, quis tê-la pra mim
Mas será que não foi engano?

Fiz de tudo para não te perder
Mas você que se perdeu de mim
E fiz de tudo pra te envolver
Mas fui só que me envolvi, enfim

Não reclamo de tudo
Cada detalhe foi sublime em seu estar
No seu estado de mundo
De nosso universo, nosso gostar

Então, me diga, meu amor
O nosso sonho acabou?
Seja franca, por favor
Não foi assim que a gente sonhou

Mas não desisto de tentar
De te roubar um sorriso
De me fazer teu amigo, cuidar
Um gostar mais preciso

Fim?

Fim?

Nunca minto quanto ao que sinto
Podes está triste agora
Mas em outro momento sofri
Em silencio e solitário naquela hora

Sinto que algo falta
Eu quis evitar
Este momento enfim correu
Algo quis vir acabar

Seria o silencio de nossas bocas
Ou a falta de querer ouvir?
Seria a falta de tempo
Seria o sorriso a fingir?

Afinal, eu quis ter-te pra mim
Eu quis não por um fim
Me inventei feliz pra ti
Mas por fim, tive que desistir

Não foi por falta de amor
Não foi por falta de querer
Foi por falta do essencial (pra mim)
Foi por falta de você

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Coringas e Copas

Coringas e Copas

Quero te tirar de mim
Quero me desfazer de ti
Quero te fazer tantas coisas perversas
Quero te destruir

Mas sabe, eu sinto
Que vou sentir a tua falta
Do teus olhos, dos teus cabelos
De tua boca, de teus pelos

Porra, eu ando tão sentimental
Seria culpa do ano novo
Quem sabe do natal
É a solidão que sorvo, que venha carnaval

Vou diluir meus amores
Vender os sentimentos em azedume
Derreter o gelo das flores
Para esmagá-las e prover um perfume

Ah, se o mundo fosse tal fácil jogo de azar
Quem sabe eu já te teria na sorte
Quem sabe a roleta russa do amor
Me traria teu tiro, oh cupido, sem dor na morte

Blues da Meia-Noite

Blues da Meia-Noite

Dentro de um furacão de imagens
Que a insônia me fez perceber
Vejo um quadro borrado
“nossos corpos juntos ao amanhecer

É o suspiro dos perdidos
É o suspiro dos amantes
É o suspiro dos esquecidos
É o suspiro inquietante

Espelhos que não refletem minha face
Trazem algo de cinza e cansado
Derretido em lagrimas, uma vela
Que vela meu sonho acordado

Em um tom de fim de festa
Repousa meu coração, agora
Cambaleando em ruas desertas
E a solidão me apavora

Entre a cruz e a espada
Vontade de na madrugada
Te ligar e, de saudades, te fazer chorar
Ou te deixar dormindo e me consolar

domingo, 10 de janeiro de 2010

Eu Não Sei o Que é Samba

Eu Não Sei o Que é Samba

Já não sei esperar
A saudade não me quer alcançar
Já não sei mais fingir
A mentira foge com medo de mim

Já sei, não é natal
Assim se aproxima carnaval
Já sei, haverá outro dia
Mas se bem que hoje é que poderia (Enfim...)

Se anuncia novo festival
Festejar com alegria
Uma nova velha juventude
Anos sessenta, nostalgia

Já não sei esperar
Saudosismo de fugas e alegrais
Já não sei mais fugir
Agora aceito tudo daqui

Já sei, não é carnaval
Já não há mais folia, tudo banal
Já sei, não haverá outro dia
Tenho apenas este pra lutar, poesia!

Oh não! Oh sim! Então!

Oh não! Oh sim! Então!

Se você duvidar
Te mostro o contrario
Só pra te irritar

Se você aceitar
Me faço perfeito
Pra que possa reclamar

Se você fingir
Me inventarei novos sorrisos
Pra você não fugir

Se você sonhar
Te mostrarei a verdade
Se a verdade faltar

E assim, vai seguindo sim
Em uma nota em descompasso
Em um passo em falso
Em meio diabo anjo querubim (é sim)

Te invento um nota musical
Finjo saber ser um maestro
Finjo te ser correto, corrijo os desafetos
Me vejo inteiro em tuas mãos (oh não, oh sim, então!)

Dorme Serena

Dorme Serena

Dormi moça morena
Dos olhos de açaí
Do corpo de moça pequena
Da boca em tucupi

Deita esses olhos tão doces
Deixa eu te velejar
Cabelos de onda serena
Cabelos de onda de mar

Dormes assim tão bela
Descansa minha sereia
Em meu peito se faz mulher
Tua praia sem areia

Dormi corpinho dourado
Do sol que te enriqueceu
De pele morena macia
De noite que amanheceu

Dormi teu sono, pequena
Que eu já durmo o meu
Sonharemos algumas doçuras
Uma já aconteceu

Voar

Voar

Simplesmente voar
Levitar das folhas secas
O vento que acaricia a flor
O movimento do ar

Simplesmente voar
Se deixando leve
Se deixando levar
Sedo um sorriso breve

Simplesmente voar
Como um pensamento
Uma lembrança
Como um sentimento

Simplesmente voar
Como um sorriso trocado
Um olhar furtivo
Beijos que flutuam a se encontrar

Simplesmente voar
E como vôo estes dias
Breve e leve como pluma
Ultraleve como sonhar

Porquês

Porquês

Por que escrever, afinal? Por que está vontade de expor o que não costumo dizer oralmente? Por que esta busca por palavras que digam um pouco de mim e do que sinto? Por que este desejo contrário de, às vezes, deixá-los em segredo para que alguns não os vejam?

São tantos porquês que comumente não me passam enquanto escrevo, mas hoje, em especial, me vieram estas perguntas enquanto escrevia a “Poesia Inacabada”. Este nome também se remete ao nome do blog que tenho cultivando, quase que diariamente, com poesias, que, sinceramente, questiono-me se são de fato bem escritas ou não. Se realmente alcançam o seu destino, se é que há destino, e se comunica o que deve, se é que é seu dever...

Com alguns amigos compartilho um projeto chamado “Poemas Fingidos”, mas já não sei fingir tão bem ao escrever. Agora, eu escrevo o que vem do que vivi e que vivo, e talvez viva. Vem da ânsia de reviver a cada dia a presença silenciosa de quem já não está ao meu lado, ou de produzir presentes às pessoas que dedico alguns versos e palavras. Poemas Fingidos ou Inacabados agora são parte do meu cotidiano!

Não sei achar respostas para explicar por que escrever, ou por que compartilhar versos, ou por que ansiar um grupo de poesias, apenas sei escrever com carinho e prazer! Escrever basta como resposta?

Poesia Inacabada

Poesia Inacabada

Tudo aqui me lembra você
E mesmo no silêncio
Todos podem ver
Que agora sou teu

Toda letra que escrevo
Todo verso bem rimado
Tudo dedico a ti
Sem querer entregá-los

Escrevo cartas de amor
Extensas e quase sem fim
Escolho palavra por palavra
E nunca envio ao correio

Guardo-as todas para mim
Para o meu silêncio
Fiel companheiro a esperar
Quando iremos nos rever

Escrevo em todos os lugares
Teu nome virou verso continuo
Nas paredes, no papel de pão
Até em minha pele está gravado

Tudo e nada se encontram aqui
Tua presença sem estar
Teu sorriso sem sorrir
O teus lábios...

Tudo permanece em mim
Sem que esteja comigo
Sem que possa dizer meu
Sem que eu possa imaginar o contrario

Fico aqui parado
A esperar de um sim, talvez
De um te quero para sempre
Mesmo sabendo que sempre é demais

Apenas pelo gostinho do gesto
Do abraço, do aperto
Do sorriso, dos cabelos
Do encontro de lábios

Finalmente um verso que faço
E posso dizer que se encontra sem fim
Mas cheio daquilo que ficará pela metade
Que me fará escrever, mas sem entregar

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Vício de Escrever

O Vício de Escrever

É legal ter bons hábitos, porém quando eles viram vícios, pode ser um problema. Será que podemos chamar mesmo de problema o vício da escrita? Não sei dizer ainda, mas me encontro neste estado!

Faz alguns dias que venho me negando a escrever uma nova poessia, não quero escrever poesia este ano, acho que é preciso ter novas inspirações, novos arranjos de palavras, novas rimas, uma nova postura, enfim, um novo, mas me vem aquela constante vontade de escrever.

Para evitar falar uma das muitas frases rimadas vim apenas falar da dificuldade que é tentar se manter em abstinência do ato de escrever, por que faz tão parte da minha vida como acordar cedo e ir de encontro ao mundo, simplesmente víciei. CUIDADO: escrever vícia!!!