quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

As madrugadas, hoje, são tão normais.

As madrugadas, hoje, são tão normais.

As madrugadas de hoje são de insônia, as de antes eram de “não dormir”, era um mundo fabuloso! Nossas madrugadas eram nosso refugio de nossos deveres estudantis, ou, simplesmente, não eram nada, apenas uma desculpa para ser feliz. Um meio para nos divertir!

Não precisávamos de tema especial, data de nascimento ou convite incomum para infligir umas leis, umas normas, levemente, quebrar algumas regras. Nada tinha um gosto mais doce do que fugir pelos portões daquele pensionato. Nada era mais belo, bobo, simples e cheio de vida.

Fingir dormir. Escorregar entre os lençóis. Convidar os demais pra sair. Estes já estarem esperando e se perguntando se você tinha desistido de fugir, sumir no mundo... Olhar pela janela e verificar se a ala feminina já havia roubado as chaves. Descer as escadas, e cambalear por entre umas cadeiras. O ranger da porta, o silencio forçado do portão: liberdade!

Entre os dedos garrafas de bebida, cigarros, sorrisos e uma vontade irresistível de não pensar em nada, apenas viver! Cada gole, cada tragada, a vida se diluindo em nossas veias, em pequenas doses de pecado e mentiras... Afinal, mentíamos não nos preocupar com nada.

Rolar na grama, correr, cantar, pular, tudo em alegria, sem medo ou censura! Éramos o que se pode chamar de filhos da noite, meninos perdidos, jovens degenerados, rebeldes sem causa, ou, simplesmente, pequenos vândalos...

Claro que ocorriam efeitos colaterais: faltar umas aulas, ressaca, entre outras coisas como, o mais divertido, deixar o velho Petruz louco de raiva junto de seu sotaque carregado de um holandês forçado, posto que este era um poliglota! Descanse em paz jovem Petruz que tanto nos aturou... Reza a lenda que ele só conseguiu morrer depois que cada um de nós, finalmente, havia deixado seu estabelecimento. Só assim garantia que não o virássemos de cabeça a baixo!

Eram bons dias, aliás, belas madrugadas, que nos acolhiam com seus mantos negros e gentis! Todo anoitecer era um convite a festa, sem pressa, sem tema, apenas fonemas: “bó?!”.

Enfim, um copo de vinho, um frio, um silêncio e minhas verdades. Não guardo fotografias, mas muitas lembranças! Hoje as noites são tão iguais, tão previsíveis, tão apáticas. As madrugadas, hoje, são tão normais!

Sei que estes relatos nunca superarão os sentidos que me vem ao corpo quando lembro tudo o que vivi, vi e aprendi, como é possível ser feliz em tão curto espaço de tempo, sem pretensões maiores de ser, apenas viver!

O Sonhar


Bem, é assim que nascem os mitos: uma bela e doce mentira escrita nas linhas do tempo, sem grandes pretensões, mas de um alto teor entorpecente de poesia. Há tempos se buscar uma veritas scientia, mas, há tempos, não se sabe o que é um Amor Fati... Bem, de todo modo, me apego a um breve e recorrente Sonhar!

Inspirado em "Sandman: Os Caçadores de Sonhos"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pequenos Fragmentos de Amor

Pequenos Fragmentos de Amor

Quando ela se move
Me envolve em seus movimentos
Desabrochando sorrisos
Pequenos encantamentos

Quando me chama
Clama o vento por tal melodia
Canarinhos a tagarelar
Melodiosas harmonias

Quando a relembro
Dezembro se estende
Não entende a distância
A saudade compreende

Voe logo pra mim
Pequena borboleta roxa
Rouxinol canoro, sonhador
Minha pequena, meu amor

sábado, 26 de novembro de 2011

As Fases da Lua

As Fases da Lua

Ela diz que dança
Dança nua na floresta
Fala sobre músicas ancestrais
Dança ao som de tambores
Em volto a fogueiras
Dança em noite de lua cheia
Fala sobre mitos e encantos
Não teme a floresta
Ela dança a luz de velas
Canta em línguas estranhas
Caldeirão, faca, cajado e medalhão
Ela diz que é uma bruxa
E é tão encantadora
Beleza sem igual
Um encanto, quase magia
Então, não minto, acredito
Ela diz que é bruxa
Eu acredito!

domingo, 20 de novembro de 2011

Após uma Semana de Amor


Após uma Semana de Amor

Minha cama está vazia
Como desacostumar do amor?
Os lençóis emoldurados
Ao modo que você deixou

Tudo parece tão vago
Este pequeno espaço
Uma estranha imensidão
E agora, o que eu faço?

Talhado em caricias
Cada detalhe gravado
Memória em minha pele
Encarnar o ser amado

Um mistério preso no ar
Teu perfume em mim
O lençol que não me abraça
Abrasa a saudade no fim

Quando voltarás?
Quando terei teu querer?
Voltará inteira pra mim?
Quanto tempo irei perecer?

Minha cama está vazia
Como desacostumar do amor?
Os lençóis emoldurados
Ao modo que você deixou

domingo, 6 de novembro de 2011

Um Noite de Amor

Um Noite de Amor

Gemidos abafados
Sufocado em teu corpo
Envolto em teus desejos
Deliciando-me em teus beijos

A cada momento, a cada instante
Mordidas, caricias, enlouquecer
Teu corpo se entorpece em amor
A pele, os lábios, os cabelos, o calor

A ternura mais tentadora
O pecado mais angelical
A textura das mãos que apertam o lençol
Mistura de sussurros em poucos raios de sol

Provar em ímpeto teu fruto
Proibido é cessar este ardor
Delírio de corpos cansados no ar
Um último grito, um gozo, olhares, deitar

Amanhecer o dia mais feliz
Sonhando calmos, quase acordados
Abraçados, alguns suspiros
Dormir...

domingo, 30 de outubro de 2011

Primeiro Amor

Primeiro Amor

Uma folha de caderno, um universo
Rabisco poesias em um mundo incerto
A segura do meu quarto não vai me proteger
Do amor secreto que guardo sem dizer

Meu rosto, meus olhares me denunciam
Anunciam a vergonha de te pronunciar
Aquele verbo tão bonito, rebuscado
Profecia que não vai se realizar

Quanta timidez cabe em mim?
Quando o medo vai me abandonar?
Temo mais o silêncio ou noite?
Ou temo mais o teu singelo olhar?

Passam-se os dias, passam horas, eternidade
Para quem tem pouca vida, pouca idade
Cada momento uma nova oportunidade
Tudo ou nada, um desejo, uma vontade

Risos abafados no corredor
Tremo, aos suspiros, por tua voz
E mesmo que o mundo desabe, acabe
Te entregarei uma carta, nós dois a sós

Destalhezinhos

Destalhezinhos

Como se encontrar o amor?
Descendo as escadas, na correria
Subindo a rua, a avenida
Procurando o inesperado, poesia

É quase sem querer
Os olhos se entrecruzam
A voz vacila um sorriso
As vontades se misturam

O dia parece mais radiante
As flores, mais cores
Os pássaros mais cantos
Canteiros de amores

Tudo parece florir
Tudo parece nos conduzir
E um beijo, um desejo
Um desfecho: paixão

domingo, 2 de outubro de 2011

CYBERPUNK


CYBERPUNK

Roupas de coro. Desesperança. Poluição. Violência. Rock. Niilismo. Antiutopia. Arranha-céus. Asfalto. Depressão. Individualismo. Computadores. Fios. Engrenagens. Preto, cinza e vermelho. Maquinarias. Toxinas. Drogas. Ar venenoso. Chuva de ácido. Óculos escuros. Cinismo. Fabricas. Fumaça. Ruas vazias. Embriaguês. Carnes, ossos, suor. Trevas. Noite. Asilo. Solidão. Desespero. Lixo. Luxo.

Asqueroso, o mundo segue. Rastejando, quase morto, natimorto. Seus inquilinos cambaleantes, nauseados pela fome, pelo desespero, pelo desemprego, vida? Morte! Tudo aqui é pútrido e você não vê! Não quer enxergar, nesta sua vidinha de merda. Até os vermes naquele velho sanduíche vêm, tudo aqui se decompõe, não há espaço para o verde... Seus olhos cegos pelas luzes piscantes dos outdoors, suas narinas corroídas pelo ar empoeirado do asfalto, seus ouvidos surdos e abafados... Pelos sons de carros! Sua língua anestesiada da ração que te vendem, totalmente mecanizada, enlatada, corrompida pela tecnologia, o ferro, o zinco e o aço das esteiras irritantes... E seu tato, consegue sentir o mundo? Quando você toca o mundo, ele se desfaz se degrada, se degenera... O Tempo!

Bem vindo ao mundo Cyberpunk em que nascemos. Que poucas almas falidas tentam recuperar um pouco da chama divina do mundo, que aos poucos se apaga, se extingue, se esvai! Tudo aqui é tão cinza, feio, e ao mesmo tempo belo. Entropia, a dança das radiações, o plasma, o petróleo, o mundo pichado de negro! Só você não vê... O rebanho não sente que está vivo, como sentiria que vai morrer, que está morrendo aos poucos, pedaços de sua carne caindo a cada instante?

Quando as maquinas se erguerão para uma revolução tecnocrata? Quantas crianças morrem de fome e de sede? Quem de nós sobreviverá tempo o bastante pra contar estas histórias? Quanto tempo a terra durará? Quanto tempo está flor ainda resistirá ou sucumbirá ao ar calcificaste? Será?!

NOTAS DO AUTOR

Um pouco do mundo Punk Gótico que vi com meus olhos descrentes está aí. Que vi e vivi este mundo que está a sucumbir e sucumbi a cada dia! Na esperança do desespero, na espera de um mundo melhor, para que se inquietem! O fim, o caos, as trevas não devem nos aniquilar, nos paralisar! O mundo sempre esteve na Idade das Trevas, mas hoje nos ofuscamos com o consumo, com o brilho, com as cores da moda por medo de ver o que esta aí, dado, em degeneração! Não aceitemos o politicamente correto, nem o esteticamente asséptico, nem cinismo niilista, mas algo que não está a venda, algo que possa ser feito enquanto há tempo... enquanto os rios não secam, as árvores não queimam em fome, nem o céu torne-se um cinza pálido-perpetuo! Se estamos tão vivos, de fato, como dizemos, por que não sentimos o mundo sofrer, gritar em agonia, morrer? 


Bem-vindo ao mundo CYBERPUNK!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Meu Corpo

Meu Corpo

Meu corpo é um depositário de existência
Pouco sei sobre o que fazer
Pouco sei sobre o que sou
Pouco entendo como estou

Meu corpo é um depositário de sonhos
Pouco sei se acontecerão
Pouco sei de onde vem
Pouco sei se há alguém

Meu corpo é um depositário de desilusão
Pouco sei sobre o que fazer
Pouco sei sobre chorar
Pouco sei suportar

Meu corpo é um depositário de esperanças
Esperar, esperar, esperar
Esperança
Um dia mudar...

Meu corpo, depositário de vida
Minha vida

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nobre Burguês

Nobre Burguês

Eu nunca fui um bom menino
Mas quem de fato o quer ser?
O que nos prometem é profano
Dê-nos o fruto proibido, o normal e o insano

Não tenho mais saco pra televisão
Hoje, sei contar minhas próprias mentiras
Inventar novos vícios e virtudes
Vender e comprar pacotes de atitude

Eu saberia ser um bom burguês
Arrotar como um velho luso-português
Ninguém me explicou as respostas
Minha dúvida é minha grande aposta

Não tenho tempo para dissimulação
Sou tolo mesmo, sem educação
O futuro é uma mera possibilidade
De estatísticas não vive a verdade

Quero vinho, quero a menina
Que me provoca que me alucina
Meu dinheiro é o milagre da vida
Tenho crédito no bar da avenida

Fim do mês o corre-corre
Se o chefe pega, alguém logo morre
Não tenho tempo para sensatez
Um dia me torno um nobre burguês

Amor anos 80

Amor anos 80

Eu te encontrei
Você me desencontrou
Nem pude perceber
Quando a TV pifou

Cenas e reprises
Quase um filme de terror
Suspense e soluços
Será que ‘inda é amor?

A carta que enviei
Não sei quem encontrou
Se o correio perdeu
Ou o carteiro roubou

Você pode não crer
Nem tentar acreditar
Não sei se te magoei
Quando tentei me resguardar

Agora só restam preces, promessas
Baladas antigas, Cazuza e Barão
Quase maior abandonado
Quase sem querer, no meio da Legião

Eu te encontrei
Você me desencontrou
Não fizemos nada errado
Mas nosso lance acabou

Eu, solidão


Eu, solidão

Onde estou
Onde estão
Meus sonhos
Eu, solidão

Pequenas levezas
Detalhes escondidos
Partes de mim
Sonhos perdidos

Cada capricho
Cada sorriso
Cada lembrança
Só isso...

Diluídos no tempo
Pretérito, passado
Imperfeito momento
Fotográficas, retratos

Onde estou
Onde estão
Meus sonhos
Eu, solidão...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sinfonia a uma Flor


Sinfonia a uma Flor

Desvanece a flor
Não se reconhece
Não o faz ao se tocar
Não enlouquece

As pétalas macias
Macias a quem?
Se não for a si
Por que dedica a alguém?

Não precisa de espelho
Nem de voto ou desejo
Nem quem olhe por ti
Nem traição em um beijo

Paradoxos a parte...
Por que se envaidece
Se empluma a florir
Se nos outros padece?

A luz que ti guia
Reverbera de teu ventre
Não se entregue aos ventos
Apenas amor te adentre

Cresça, cresça pequena flor
Despetale-se por si
Nunca, para outros, ver e vestir
Sinta seu corpo, doma-ti

sábado, 27 de agosto de 2011

Vidas e Vilas

Vidas e Vilas

Minhas raízes soltas no ar
Minhas varizes, mapa de algum lugar
Eu perco as horas na estrada
Estrago meu tempo por nada

Escrevo cartas em bom burguês
Uso métricas e frases clichês
Digitalizo meu pensamento lugar
Eu não sei onde estou, nem onde quero chegar

Minha garrafa de vinho pela metade
Metade gente, metade liberdade
Fumaça, cigarros, mas não fumo
Grandes cidades, auto-estrada, sem rumo

E a bailarina não cansa de girar
Bêbados na esquina, madruga, madrugar
Meninos e meninas e o pecado original
Tudo o mundo ensina nos classificados do jornal

Entro na balada, entro na rotina
Pequenos empresários de trás da cortina
Tudo parece está no lugar
Quando tudo não para de mudar...

Borboletas


Borboletas

Uma leve borboleta
Voa sobre céu azul
Risca o infinito de cores
Deixa tudo quase nu

Vai despir a natureza
Desabrochar amores
Fazendo suas vestimentas
A beleza das flores

Chuva de purpurina
Brilho doce, mel, enfim
Pólen, carnaval das flores
Confete, amores e festim

Rainha das mudanças
Mágica da pureza
Delicadas asas
Pequena de rara beleza

Voa em mim, por mim
Faz-me teu jardim
Faz de mim teu amor
Faz-me tua flor...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Carta a Alguns Amores e Desamores

Carta a Alguns Amores e Desamores

Quero que a senhora filosofia, psicologia e ciência me deixem em paz! Preciso de um tempo a sós com minha velha e querida amiga, muitas vezes amante, poesia. Já me cansei de esperar vocês se resolverem no mundo, dêem-me licença que eu, aqui, não vou ficar. Quero expandir meus horizontes e vos quebrar, romper, cair num abstrato infinito do mundo, universo de possibilidades, poesias e arbitrariedades, que a vida epistêmica não pode me dar.

Creio que, em umas horas destas, estarei com minha musa, meu amor, minha amada, minha pequena e mais bela poesia já vivida, que já vivi, meu complemento, meu querer. Se a senhora inspiração não se fizer presente, a seqüestrei, a pegarei por bem ou por mal! Não é algo descente isto que ela faz, aliás, não faz! Me deixa solto ao relento, cheio de sabores, saberes, tudo me envolvendo em idéias, mas largado as racionalismos, empirismos, coisas tão pequenas e reduzidas, que reluzentes ficam a luz. Inspiração, é preciso mais vida, menos conceitos, mais entendimento, envolvimento! Estas suas férias, quase aposentadoria, não tem me feito bem...

É-me preciso escrever, tornar experiências compartilháveis, compreensíveis aos olhos humanos... não sei viver sem um pouco de poesia, já não me adianta mais ouvir Cazuza, Renato entre outros senhores que a senhora sempre visitou. O que me falta? Só por que não sei tocar violão, não significa que deva me deixar de fora da sua turminha VIP!

Enfim, prometo que depois desta semana escreverei uma bela poesia, a mais bela poesia, acima de pau e pedra, ferro e fogo, e políticas de literatura, tudo. Esta poesia sagrada virá, existe um amor que me espera para viver esta poesia, e assim a descreverei, a escreverei, a gravarei nos registros do universo, com belas ferramentas, como o sorriso, o desejo e o amor!

Se a senhora não viver, inspiração, e expulsar aquelas criaturas lá de cima, eu farei A Poesia, e você não será co-autora, nem receberá citação, pois terá sido uma nova parceria com a senhora paixão!

Poesia Sofrida (ou o Parto sem Luz)

Poesia Sofrida (ou o Parto sem Luz)

Delicados dedos que bailam no ar
No teclado sapateiam a desenhar
Palavras incógnitas que aos poucos povoa
Desmembrando o incerto em poesia boa

Queria uma prosa extensa e potente
Mas só consigo o inverso, algo imponente
Em pequenos e belos versos
Que, em mim, se mantinha submersos

Antes fosse uma historia de amor
Ou contos de morte e dor
Que esta poesia sem alma
Sem teto, sem gosto, sem calma

Ó inspiração, por que me abandona
Encontraste outro senhor ou eu outra dona?
Estes amores passageiros sem paz
Só servem pra uns poucos momentos e nada mais

Que as musas me escutem
Que me lembrem e me ajudem
Escrever é meu querer
Meu calvário e meu prazer

E delicados dedos que bailam no ar
No teclado sapateiam a desenhar
Palavras incógnitas que aos poucos povoa
Desmembrando o incerto em poesia boa

Indagações e Provocações

Indagações e Provocações

Que eu posso querer?
O mundo cheio de mundos
As casas cheias de nada
As mentes sempre vazias

Que eu posso sonhar?
Quimeras, de tão feias, belas
Luares de tão cheios mares
Amores, dissabores, rancores

Que eu posso estudar?
Teoremas de poemas
Gráficos de abstrações
Ironias de problemas

Que eu posso crer?
Na morte no cinema
Na vida sempre curta
Na sorte das ciências

Que eu posso ser?
Ser, estar, fazer
Vir, ir, devir
Caso, acaso, casar

Que eu posso escutar?
Nada, tudo a mim me basta
Tudo, nada a mim me basta
Silêncio, o paradoxo, necessário ao ouvir

Que posso finalizar?
Um ponto
Umas reticências
Uma vírgula

Delírios do Ser/Estar/Fazer

Delírios do Ser/Estar/Fazer

Deixar passar
Transpassar e fluir
Deixar viver
Sobreviver ao devir

Deixar sonhar
Acordar e perceber
Deixar amar
Amarrar este querer

Deixar fingir
Figurar e distorcer
Deixar validar
Possuir e poder

Devorando-se a si mesmo
Percebendo-se outro aqui mesmo
E mesmo assim torna-se um
Um todo desfigurado e comum

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Que sentimento paira no ar?

Que sentimento paira no ar?

Que sentimento paira no ar?
São tantas coisas presas em minha cabeça
Tantas coisas como ancora
Que não me deixam voar

De tantas juras a sombra do cajueiro
De tantas promessas proibidas
De tantos versos sem medida
De tantos goles da mesma bebida

E eu tão preso ao firme chão
Enquanto, tudo fica leve e paira luz
Eu, ancorado nas medidas da condição
A mesma que não decidi, mas me impus

Mas que sentimento paira no ar?
A incerteza de uma breve despedida
O sussurro meiga mentira
O silencio que estaca a ferida

domingo, 17 de julho de 2011

Labirinto dos Caminhos Cruzados

Labirinto dos Caminhos Cruzados

Sabe aqueles dias que você acorda e acha que tudo está fora do lugar? Tudo parece te envolver em meios a fios de angustia, redes de sentimentalismos clichês, uma teia de intrigas pessoais, você com seu mundo, seu mundinho?

E, apesar de tudo o que você faça você está tão preso nele, seus sentimentos mais profundos o fazem cair, mergulhar em um turbilhão de reflexões intermináveis com o mundo a sua volta, o mundo a girar, o mundo concreto, que reverbera em sua tragicomédia da vida alheia...

Tempos nebulosos que se aproximam, não chegam a tocar-nos, mas nos amedronta nos condena a um estado apático de angustia e medo pelo que pode vir, e, talvez, nunca virá! Tememos pelo que temos, não temos, poderemos/poderíamos ter e pelo medo de perder...

Quando os caminhos se cruzam, estamos perdidos em um labirinto, labirinto de possibilidades intermináveis, e, quem sabe, improváveis de previsão: estamos no mundo da vida!

A cada passo dado, mal dado, torto, tortuoso, sensível, sensato, tudo aquilo que compõem o caminho e o caminhar, tudo incerteza, por mais que tenhamos seguido a vida toda por este percurso de casa ao trabalho (escola), todo dia é novo, mas nem todo novo é surpreendente, a novos tão velhos e desgastados. Velhos fantasmas que nos atacam nos provocam a temer um novo passo, um passo, desta vez, bem dado!

São labirintos da vida, como videiras que se entrecruzam, abrem-se e fecham-se em cainhos espinhosos sem fim, que nem sabemos onde vai parar, onde vai chegar. São nossos labirintos de caminhos cruzados, meus e teus... E quem poderá dizer que fazemos certo? Quem já percorreu todos os labirintos de caminhos cruzados? Quem seria tal ser tão antigo e sábio?

Nem toda ciência seria capaz de predizer, prescrever, o remédio para remediar a dor e a angustia de um novo passo rumo ao (des)conhecido mundo da vida! Não há paz quando há algo que se quer transformar. Não há paz quando se tem onde se quer chegar. Não há paz se há um amor por quem lutar!

Eis um resumo dos labirintos de caminhos cruzados, sem ponto de partida e chegada (predefinidos), apenas um devir inteiramente novo, mesmo que por caminhos antigos, nenhum um dia igual ao outro, sem espaço para monotonia, apenas os caminhos, labirintos, intercruzamentos de vidas, o grande fluxo do mundo da vida!

Angustio-me, mesmo sabendo o que sei, sabendo que não sei.
Sejam bem-vindos aos Labirintos dos Caminhos Cruzados!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quanto Tudo é Você

Quanto Tudo é Você

Quando tudo era vastidão
Você, abrigo
Quando tudo era descaminho
Você, uma ponte
Quando tudo era escuridão
Você, o Luar
Quando tudo era imenso
Você, amorzinho
Quando tudo era vazio
Você, plenitude
Quando tudo era preocupação
Você, sentimento
Quando tudo era pessoa
Você, desejo
Quando tudo era nada
Você, universo
Quando tudo se foi
Você me veio
Quando tudo se perdeu de mim
Você me deu o que precisava
Carinho, amor, um ninho
Tudo o que se enraíza em mim
Um cantinho

domingo, 10 de julho de 2011

Amanhecer Apaixonado

Amanhecer Apaixonado

Quando amanhecer
Traga teu beijo em sabor de mel
Traga o sol e o café
Traga o azul da aquarela ao céu

Os lençóis sobre a cama
Desenham figuras de um amor
Rabiscos loucos e travessuras
De tudo entre o frio e o calor

Atravessando a janela
Deixo a luz nos visitar
Iluminando nossos corpos
Amanhecendo nosso olhar

A casa, a sala e o som
Olhos e bocas, café e pão
Sorrisos doces em belo tom
Amanhecer para mais um dia, então

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Novos Cotidianos

Novos Cotidianos

Agora pegue a minha mão
Vamos voar muito além
Além dos montes e montanhas
Bem longe de todos e de ninguém

Vamos recitar poesias
Recriar nomes de animais
Vamos adivinhar figuras no céu
Vamos imitar nossos pais

Tudo parece tão belo, aqui
Nada nos importa e tudo nos interessa
Tudo tão calmo em meio ao caos
Mesmo assim cantamos sem pressa

Atravessamos na contramão
Anos oitenta e noventa
Não precisamos de muita luz, tecnologia
A luz de velas e estrelas nos orienta

Vamos pular na corda-bamba
Sonhar com coisas irreais
Imaginar um mundo novo
Vamos viver bem mais

Pequenos Amores

Pequenos Amores

Será que alguém domina meu território?
Será que eu domino você?
Escrevemos cartas românticas
Que ninguém irá ler

São jogos de amor e de azar
Não interessa quem vai ganhar
Estamos sempre de um lado
Mas nunca como namorados

Você inventa a indiferença
Eu invento novas melodias
Trágicas comédias modernas
Pequenos fragmentos de poesia

E quando tudo isto vai para
No bairro, na escola, na esquina?
Desde que pare em você
Para te fazer minha menina

São coisas bobas do dia-a-dia
Que se perdem a cada manhã
Será que ainda seremos românticos?
Será que vale a pena amar?

Quem ainda acredita em amor
A primeira vista ou inventado?
Quem tem medo do que sente
Será que temes ser amado?

Ainda fazem poesias
Ainda inventam amor
Ainda criam melodias
Ainda amo quem me amou...

Amor Adolescente

Amor Adolescente

Eu olho tão distante
Te sigo no corrimão
Distraído, feito bobo
Invento músicas com o violão

O mundo parece mais calmo
Até o céu parece mais azul
As nuvens navegam lentamente
Reinvento nosso mundo

Mas as margens da fronteira
Sinto o medo me aprisionar
Mãos tremulas, voz falha
Acho que não vou me declarar

Cenas de um romance
Minha tragédia particular
Nem sei se me percebe
Se gostaria de participar

Eu e meus poemas secretos
Te seguimos no pátio escolar
Um anjo, fada, princesa
Que temo me observar

Enquanto isso, eu te verso
Descordado, acordando a vizinhança
Acordes em desacordos
Eu sou teu amor, sou tua criança

Besteirinhas de Amor (Que Escrevemos)

Besteirinhas de Amor (Que Escrevemos)

Cartas, velhas cartas
Que inventei pra você
Mundo, todo mundo
Não precisa saber

Versos, bobos versos
Que não puder recitar
Vergonha, que vergonha
Tinha que me atacar

Fútil, fui tão fútil
Que nem me percebi
Palavras, só palavras
Que gaguejei ao te ver sorrir

Beijos, muitos beijos
Eu quis te dar
Horas, poucas horas
Tinha para conquistar

Desejo, ô desejo
De te ter, de te amar
Querer, ê querer
Deite aqui, venha sonhar

Mais uma Destas de Paixão

Mais uma Destas de Paixão

Dedico está canção a um amor
Dedilho esta paixão em cama
Cama de campanha, de guerra
Que me enlouquece, me arranha

Desvio o olhar de ti
Pra não te ver partir
Deixo tudo em teu apartamento
Só levo meus velhos documentos

É assim que se segue o fim
Fim de velhas e novas histórias
Historias de domingo em rede e prosa
Redes digitais, de nosso amor... tão belas, virtuais

Deixo apenas para ti pequenos versos
Que de resto do que me deixou
Abandou meu encanto, deixou-me num canto
Me acolheu, mas nunca me amou

Deixo em breves textos, esta canção
Que amei, supliquei, me enganei
Entreguei, pobre coração
E pra que? Me magoei!

Para os que Vem/Vêm

Para os que Vem/Vêm

O mundo é logo bem aí
É só dobrar uma esquina
Dobrar a folha do cigarro
E cair na rotina

E o mundo se esvai
Em pequenos maços de fumaça
Entre carretas, trio-elétricos e caminhões
E volta ao normal, não importa o que se faça

Leio livros, reinvento Foucault
Em um tom acinzentado, pasmo
Vendo tudo a La Pierre Verger
Entre os pretos e os brancos neste marasmo

Se tudo fosse tão simples barroco
Por que o mundo emudecesse?
Seria a falta de verbos
Ou o excesso de regras que me desse?

Fico na filiação marginal
De um poeta em degradação
Em gradeados de bebidas
Em torno de uma graduação

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Em Camocim...


Em Camocim...

Este é meu mundo, um universo paralelo nunca visitado antes, a não ser por mim. Meu pequeno mundinho isolado do mundo de concreto, dinheiro e metal. Aqui, os dias são menores, as noites mais frias, mas a vida é mais alegre.

Meu quintal ainda é da era das cercas, por onde os visinhos gritavam pedindo ajuda ou inflamando injurias e discórdia. Meu quintal é lugar para todo tipo de vida, todo tipo de planta e arvores. Aqui, as ervas daninhas são muito bem vindas e se alastram por onde podem. Tínhamos um giral, mas o tempo, dele, se encarregou. As pedras, de tão velhas e imóveis que são, ficam cobertas de limo, uns chegam a parecer ovos de dragão!

Ao fundo, junto das ervas daninhas e suas variantes, temos uma goiabeira queimada, ato mais tolo que já vi, e uma sirigueleira-mãe, que sempre nos dá (seus) frutos ao fim do ano. Contam-se história que ela é lar de cobras, abelhas, fadas e duendes. Também há uma pitombeira-macho, que por ser macho, não dá frutos, mas é uma árvore de uma vivacidade incomum. Não há nada mais caloroso que seu abraço! Sempre que possível, é bom e aconselhável conversar com estes velhos anciões, que presenciaram muito em seu silêncio sábio, de que um dia se erguerá como Ente! Reza a lenda, que entre suas raízes dorme o sono eterno o corpo de uma jovem que beijou a dama de negro na infância. Também temos uma aceroleira, mas ela ainda é muito nova para contar histórias, ela só às apreende!

Minha rua é a rua principal e tem seus próprios mitos: assombrações, carroças de duendes seqüestradores de crianças, cavalos invisíveis, lobisomens, entre outras cositas más! Este é parte do meu mundo, bem como a praça-rodoviária fundada sobre um cemitério, que vez por outra, contam achar um fêmur... Um club elitista, que ao ser amaldiçoado pelas magias de um padre veio arder em fogo e/ou foi visitada por um demônio de terno vermelho que dançou a noite toda enquanto o local ardia em cinzas. Há muito mais em mim sobre este mundo que eu possa contar em verdades, muito deste mundo eu mesmo venho inventando, um dia serei contador de histórias e estórias!

Não tenho compromisso com a verdade, deixo-a para a ciência! Meu compromisso é com a fantasia, produto e produtor de Magia! Daqui, deste mundo, que vos apresentei brevemente, é de onde eu colho a quintessência necessária para nutrir a fênix que dorme em meu peito, em meio as suas próprias cinzas, esperando o dia de voar pelos céus da minha mente entorpecida. Aqui, posso escrever contos, contar mentiras, escrever poemas, contar verdades, posso inventar um novo universo só para compartilhar com todos vocês.

Este aqui é meu mundo, minha oficina mágica, meu santuário, minha vida, parte de mim, do meu eu, que guardo para apresentar aqueles que tiverem curiosidade e, acima de tudo, respeito e paciência para se aproximarem com delicadeza!

Sejam bem-vindos ao meu pequeno mundo encantado!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Poetisa Morte

Poetisa Morte

O lirismo que adorna toda a Morte. Ser que não distingui sua presa. Momento em que se suspende o ar, a brisa gélida, o tempo adormece, as flores caem, a noite padece, Morte. Toda sua cor e não cor, todo seu tudo e seu nada, ó Morte!

Eu que te acompanho no dia-a-dia, sei de teus anseios e romances, compartilho minhas angustias mais profundas, mais fundas que minha cova, Morte. Deita-te na cabeceira da cama, dedilha minha nuca fria, faz-me delirar. Morte, amiga vadia, silenciosa e matreira, dedicada a fiar e desfilar nas ruas, nos becos, nos rostos cansados da vida...

Morte, minha amante, minha querida, meu mistério, que queres de mim? Que queres que eu faça? Sempre foges sorridente na calada da noite, mas me desejas em silêncio no momento incerto, insensato, inseguro! Queres me roubar um beijo, mas não tens coragem de assumir!

Morte, tão curta e bela Morte, descanse em paz, para sempre, que sem destino me deixe, desesperado, ao relento, dos dias fúnebres que me enlouquece a conduta, de mundo mórbido sem sonhos e esperanças, que me traga a maldita benção da infinitude, dance comigo um tango, um jazz, um blues... Só não me deixe esperando, venhas se queres ficar, deixe-me se queres partir, mas não se aproveite de um segundo de descuido, para me beijar e depois sorrir e depois sumir...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma Tarde Romântica que Sonhei

Uma Tarde Romântica que Sonhei

Me dê sua mão
Te prometo que
Não vai se esquecer
Os versos que decorrei pra você

A rosa que roubei,
Ela triste murchou
Mas a intenção,
Ela veio e brotou

Mas não se esqueça
Daquela canção de amor,
Que você me ensinou

E carta que escrevi
E não me respondeu
Preferiu, simplesmente, sorrir

Então me abrace forte
Não responda, não chore
Apenas me ofereça
Um beijo e o resto que se ignore

Infância Perdidas

Infância Perdidas

Era mais fácil tentar voar
Ser um bom menino
Não deixar de sonhar

Era mais fácil viver
Ser um novato
Deixar de crescer

Mas o mundo muda
Dá voltas, faz tudo girar
Mas o mundo muda
Que será que pode nos salvar

Nem toda mudança é boa
Nem toda certeza é do mau
Nem todo chocolate engorda
Nem toda birra é normal...

Era difícil chorar
Ser estude
Gostar de trabalhar

Era difícil se esquecer
Ser rabugento
Deixar de aprender

Mas o mundo pira
O mundo muda no mesmo lugar
Mas o mundo gira
O mundo nos faz pirar

Nem todo sonho é bom
Nem toda insônia do mau
Nem todo limão azeda
Nem todo presente é de natal

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Relacionamento à Distância



Relacionamento à Distância


“Paixão, como é que é mesmo relacionamento à distância?”
“Paixão, e dá certo mesmo?”

Estas perguntas, entre outras, tem si tornado mais freqüentes, o que acho interessante, e tem me feito pensar (e saborear) o que é amar a distância! Sou suspeito ao tratar de tal assunto, gosto desta experiência.

Não minto, não é fácil nos dias que você precisa de um colo pra dormir e chorar, de um abraço apertado ou um beijo que apenas a/o amada/amado pode dar! Não é fácil quando a saudade aperta, e no inicio ficamos irritados, tememos que este amor se acabe, que nunca vai dar certo continuar, que estamos fadados a um desprazer... Somos fatalistas!

Nos ensinaram a crer que o Amor Romântico morreu, que não há espaço para uma cumplicidade fiel, que não há lugar para idealizações bobas. Não há mais espaço para cartas de amor, poemas, suspiros, todos eles são passiveis focos de desilusão e nos fazem crer que é apenas desilusão que brota dos nossos relacionamentos, nos sentimos tolhidos a viver!

Eu defendo que há Amor Romântico no mundo sim!

Com o tempo, nos fizeram crer que apenas prazeres imediatos e com 100% de certeza de dar certo seriam empreendimentos válidos, incluindo todo e qualquer tipo de empreendimento, no caso, um amor administrado... Sucumbimos a um formalismo vitoriano de casamento de contrato, não sendo mais o mediador questões propriamente econômicas financeiras, mas econômicas sentimentais...

O Amor que podemos ter, sentir, criar, não é o amor barato, o amor vendido nos filmes, é uma escolha pessoal, bela, nada arbitraria, que diz respeito ao quanto você deseja acreditar que é possível viver algo de bom e duradouro a longo prazo.

Pra mim, cada reencontro é fantástico! Sinto como se fosse o primeiro e o ultimo! Os abraços parecem mais cheios de vontade, de amor. Nos deliciamos com cada momento juntos, nos permitimos sonhar com o futuro, filhos, casa, apartamento, emprego, mesmo que não ocorram, apenas por acreditar que vale a pena sonhar! Reconhecemos as grandes chances de que dê errado, mas o que nos interessa não são as probabilidades de erro, o que nos interessa é a pequena, bela, singela historia de Amor que pode ser vivida agora! Não um imediatismo em busca de prazer ou desprazer, mas um “podemos viver algo de bom agora, contigo!”, não temos tempo para lamentações, medos ou enganos, nosso tempo é dedicado a uma poesia diária, escrita a distância, com tinta de saudade.

A cada mensagem recebida antes de dormir, cada recado no Facebook , cada nova foto boba postada, ou desenho mal feito rabiscado no caderno, o/a outro/a se faz presente! É um encantamento constante, em que não esperamos que o outro venha a nós e nos faça viver um mundo fantástico, mas nós cooperamos mutuamente, cada um criando um pedacinho deste fantástico universo, infinito particular!

O Amor não deve ser um ato passivo, um ser amado, mas um ser amante! Devemos ser protagonistas do Amor que queremos viver, do Amor que queremos fazer, do Amor que queremos dar e receber!

O Amor Romântico não morreu!

Há um mundo que pode ser sonhado, criado e vivido, basta que abramos nossos novos olhos e enxergá-lo, senti-lo, tocá-lo! É preciso assumir que devemos ser construtores de uma “nossa história de Amor”...

O Amor não é uma coisa, é um ato, é um verbo, que só existe se for conjugado. Conjugal. Conjunção. Conjunto, Conjugação!

O Amor é o verbo Amar!

sábado, 21 de maio de 2011

Caminhadas


Caminhadas

Caminha, ninguém sabe aonde vou
Perseguir os ladrinhos da rua
Sentir-me livre de madrugada
Sendo seguido, apenas, pela lua

Caminha, o mundo seria tão mais belo
Se soubéssemos apreciar
A delicadeza de nossos passos
Sem risco, dor, pressa, caminhar

Sentir o frio da noite adentrar meu corpo
Cada passo ressoar pelo chão
O silêncio fresco se espalhando no espaço
Um olhar cortando a escuridão

Caminha, sentir a grama e as poças de chuva
Descer ladeiras, subir escadas
Ouvir os sons da noite e seu luar
Se perder no labirinto de estradas

Caminha, esquecer do presente e passado
Passar por vias, postes e construções
Seguir sem rumo sem destino
Acalentar cansados corações

Umas Noites


Umas Noites

Tiro tuas roupas com os dentes
Que pra poder te provocar
Aproveito cada segundo, cada estrago
Que meu corpo possa te causar

Quero ouvir teu veneno
Este tão doce de escutar
Que sentir minha mão em teus cabelos
Enquanto meus lábios vão te encontrar

Eu sei que nem tudo é proibido
Mas é pela alegoria que dá vontade de pecar
Pelo erro de ser livre, de ser certo
De poder te embriagar

Um suspiro, um gemido sem dor sem fim
Sem pedido de desculpas, juras de amor
Sem temer sem horror, apenas paixão
Sem segredo ou desespero, só um pouco de ardor

E te despir, aos poucos pouco
Deleitar-te em meu prazer
Te seduzir te enlaçar
Te transformar em meu querer

E por fim, tudo tem fim
Embriago de amor, foi querer dormir
Te beijar, dizer meu amor
E aos poucos, sonhos fluir

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Magia do Amor II

A Magia do Amor II



O manto da noite cobria seus corpos, tão belos, leves e delicados. O vento sussurrava poesias ao toque das folhas da árvore. Os sons da noite eram uma incrível orquestra inimaginável, a trilha sonora de um amor...

Ele delirava com os movimentos de seu corpo, seus cabelos negros, sua respiração. Para ele, ela era como uma pintura mágica, que conseguia ganhar vida e o convidava a viver vários sonhos inestimáveis. Tocava seu corpo com delicadeza, como se não soubesse o que fazer. Ele a sentia em suas mãos. Era como tocar as pétalas de uma rosa, tão macia que era. Suas mãos começavam a envolver seu corpo, pouco a pouco a querendo despir. Um desejo imenso de desvendar mistério, mistérios femininos, de um corpo doce, um corpo de mulher.

Sentia seu perfume inebriante, enquanto a tocava o pescoço com lábios quentes. Percebia seus suspiros e arrepios, a cada novo beijo aumentava o desejo. A cada beijo, a cada afago, a cada suspiro e arrepio, a pequena alça ia se movendo, lentamente, a contragosto do desejo. Descendo em um desejo singular, uma queda em abismo profundo de mistérios e caricias. Mistérios que são dois corpos unindo-se. Caricias que embalavam os corpos.

Era a vez da segunda alça. Sua boca desenhava marcas de beijos molhados em seu colo semi-nu. Descrevia, em silêncio, um mapa, um caminho a ser seguido, rumo, em direção a seu seio farto de emoções.

Seguiu, então, a segunda alça de vez tocando-a em uma leve mordida, derrubando o vestido branco em um chão frio, tão contrastante com o calor dos corpos.

Aquela era uma figura impar. A bela imagem da arte, quase um anjo de tão irreal. Uma pele branca-neve, em contraste com o belo negro-noite dos cabelos, que se moviam em timidez, escondendo os belos seios de pico rosados, como de uma bela fruta vermelha, suculenta e delicada.

Nada lhe parecia mais saboroso que sentir a respiração que ela exalava, uma respiração perfumada, ofegante, abafada, viva. Lábios que se encontram. Peito a peito, corações batendo forte, ambos quase sentindo o coração do outro em sintonia, em um único tom, o inicio de um ato de amor.

O fim dos beijos e uma troca de olhares furtivos, que diziam muito, gritavam sedução, refletiam um ao outro, se encontravam e se escondiam nas negras pupilas, céus estrelados.

Tudo à suas voltas parecia luz, mesmo nas sombras tremulas da lua e das velas. Luz e sombras envolviam seus corpos quentes, fogo-vivo. Seus lábios ardiam em intermináveis beijos em um sabor tão singular, desejo. Pétalas, vinho, cor, sabor, vermelho ardente, ardendo nos corpos em encontros intenso em ímpeto. Um contato forte, sem mensuração certa, apenas a delicadeza media o toque, afeto.

Sua pele branca, macia, seu corpo moreno, firme, a união de iguais em alma e diferentes em corpo. União entre dois universos, um contra o outro, em buscar de dar e receber prazer, não sabendo como começar, dar e ter, apenas vivendo.

Os lenços se misturam aos seus movimento, parecendo um mar em tempestade. Ondas que levam os corpos de um lado a outro, um mar em fúria, em tempestade, dilúvio de sensações. As cores, as luzes, os aromas, o suor, os sabores, a saliva, o tato, o toque, os sons, sussurros abafados, afagados, suspirados, trêmulos.

Tudo na mais pura, bela e leve emoção de sentir. Sinestesia! Arte! Magia! Todas as formas, cores e palavras que possam descrever o indizível: a perfeição de dois corpos nus, em encontro, em desejo, em desespero de não se querer um fim. O ímpeto, o cansaço, o suspiro, o beijo (molhado), o calor da respiração lenta, os olhares, os sorrisos, as bocas, os lábios, um ultimo beijo, um desvencilhar dos corpos em um balé único. Uma simetria, uma harmonia dos movimentos, tudo junto, quase o fim, quase o inicio, sem se saber o que vem depois, apenas sentindo cada detalhe. Amor!

Os sons cessam, as luzes se apagam, apenas a lua no alto, os lençóis os cobrem, manto dos sonhos, eles adormecem, mais cansados do que começaram, mais felizes do que terminaram. Sonham!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu, Ela, Nós!

Eu, Ela, Nós!

Ela me disse que as poesias poderiam ficar inacabadas, mas não por falta de amor! Ela está certa, tão certa em todas as coisas que ela inventa para me agradar. Ela é um segredo bom que gosto de guardar, pois pouco conto sobre o que sinto e sonho com e por ela, prefiro o silêncio que resguarde todas estas boas lembranças só pra mim, meu tesouro, meu mistério, meu segredo!

Em verdade, sequer tenho conseguido escrever poesias inacabadas, tenho me ocupado em vivê-las ao lado dela. Ela é minha mais bela obra, meu mais belo poema, meu mais belo sonho e devaneio, ela é meu amor!

Ela, aquela que me embalou no sonho mais profundo e na vida mais real, realizável! Ela que saberia dizer o que estou sentindo apenas com um olhar. Ela que riria de minhas piadas e brincadeiras mais sem graça, totalmente sem graça. Ela que também deseja que eu risse das dela!

Ela me guarda em seu peito, como artefato mágico, místico, como bem mais precioso, como lembrança mais fofa, mais pura. Eu que aceito ser dela, ser inteiro, ser apenas dela. Eu que nem sei quando comecei a amá-la, mas continuo e continuarei a amando pela eternidade, enquanto minhas poesias ressoarem pelo universo...

Ela, eu, eu, ela, nós!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Filha da Lua e do Mar, Sereia


Filha da Lua e do Mar, Sereia

Eu a vi no espelho da lua
Eu a vi nadar semi-nua
Apenas a penumbra a vestia
De segredos e água fria

Entre mantos noturnos que usava
Com detalhes que poucos adornava
Com pequenas pedras preciosas
Estrelas d’alvas e outras brilhosas

O mar que simula os céus
Que guarda as velas e os véus
Que vela os sonhos da magia
Que veleja os homens em fantasia

Ela se banha sem medo
Apenas o universo guardando segredo
De sua infinita singularidade
Se mostrando em plena liberdade

Era fruto selvagem da terra
Era desejo transfigurado em fera
Uma mulher doce e venenosa
Que mergulhava com sereia misteriosa

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Este Momento

Este Momento

Como um inexplicável olhar ela me tenta, me conquista, me carrega! Cada detalhe do seu corpo me convida, me atiça, me diverte! É, a vida anda cheia de gostos, sabores, amores e desejos! Tudo com um toque especial do teu tempero, teu sabor, teus beijos!

Dos detalhes mais bobos aos mais indiscretos, guardo todos comigo, os guardo com muita delicadeza e faço segredo, pois são todos só meus. Minhas lembranças mais tolas, minhas! O toque de sua mão, a respiração quente, abafada, sussurros... Tudo!

Se meu universo se limitasse aos limites de tua pele, de tua derme, já me seria o universo mais vasto, mais rico, mais belo, de descobertas sem fim, de provocações a um novo dia, meu devir!

E devo ser sincero ao dizer “este texto poderia ser melhor, mais bem rebuscado, com mais detalhes e com mentiras poéticas, mas não seria tão bobo, tolo, nosso!”. Um texto simples, para uma madrugada simples, que simplesmente quero repeti-la por toda a eternidade a que nossos corpos suportarem, enquanto sobrar eu e tu, enquanto formos um só, unir-versos, Universo!

sábado, 16 de abril de 2011

Algumas Rimas sobre Você e Eu

Algumas Rimas sobre Você e Eu

Bem que eu não te queria
Mas quis te encontrar
Foi o puro acaso
Difícil de acreditar

É como se a poesia
Criasse forma e confusão
Uma mistura de sentidos
Sentimentos e ilusão

Foi contos de fada, fantasia
Que não se deve entender
Uma distancia que agonia
E um reencontro a resolver

É a saudade no dia-a-dia
É o desejo de amar
Versos vendidos, sem melodia
Um belo dia, um grito: vamos casar

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sinestesia




Sinestesia

O caos das sensações me visita
Varias cores, tons e sons
Sinestesia a rigor
Puro deleite dos sentidos
Sentir sem significados
Coisas por si
Por experiência, por experimentação
Ação de ser no mundo
Ser da vida, que se vai
Vai e vem das ondas
Dos ventos, dos pensamentos
Vai e vem dos corpos
Tão dispostos a se porem nus
O caos das sensações me invade
Me ludibriam, me conquistam
Me apavoram e me acariciam
Eis o mistério, magia
Eis um toque, um gole, de sinestesia

Das Ultimas Horas

Das Ultimas Horas

Chove a chuva lá fora
E aqui, o barulho na janela
Tornando cada vez mais abafados
Os suspiros e os sorrisos dela

Delicadeza é palavra de ordem
A ordem de sonhar sem dormir
De permanecer em estado desperto
Quando a fantasia fluir

O friozinho da noite se espanta
Espanto da temperatura dos lençóis
Corpos indóceis e apaixonados
Calor ardente, dois sóis

Em um rito ancestral
Em que nada se profana
Cujo altar é nossa cama
A chuva é o menor temporal

Que o tempo se dilua se dissolva
Que vento não apavore só promova
O embalar do abafado gemido
Do mais doce som proibido

sábado, 9 de abril de 2011

A Magia do Amor

A Magia do Amor


Olhou os seus olhos e a acariciou os cabelos. Sussurrou palavras profanas com um doce sabor de pecado. Ela sorriu em silêncio, enquanto ele beijava seu pescoço. Aquele era o inicio de umas das mais belas cenas de amor romântico que dizem mais não existir e sobreviver.


Ele não sabia o que fazer tão pouco ela. Apenas sabiam que queriam estar ali com o outro e ser feliz. A cada beijo um novo suspiro, e a cada suspiro um maior desejo. Os corpos se encontram, mas não se uniam. As roupam vos impediam. Mas havia um desejo incomparável, meio místico, meu fantástico, aquilo que os velhos bardos cantam como Amor.


A cada sussurro no ouvido, a cada caricia desmedida, a cada beijo mal terminado, a cada olhar não-censurado, ardia ali o imperioso fogo da paixão, ardente e imponente, aquele calor que apenas dois corpos poderiam produzir. Ele diz que a deseja, ela diz que o quer. As pernas se entrelaçam, os corpos quase voam entre o colchão e os lençóis. O suor não atrapalha o desejo de se beijarem. Ele se decide por fim.

Se levanta, ela vem a seu encontro. Ele a beija o pescoço enquanto vai, delicadamente, retirando seu vestido. Ela sente leves tremores, mas não se nega sentir o seu destino. Seus lábios procuram o corpo dela, cada detalhe a ser beijado, provado, acariciado. Ela o segura, o toma novamente em um beijo. Ele decide se despir. Ambos parecem encenar uma coreografia, um balé sem ritmo, em que os corações palpitam mais que tambores-rituais.

Então os corpos se encontram, agora nus, vividos e puros. Sem haver caminho, sem saber como seguir, apenas deixaram seus corpos se encontrarem em tal belo calor. Os seios, a boca, cabelos, coxas, todos os detalhes se misturando, não se sabendo quem era ele ou ela, apenas Amor.

Então, o encontro se faz. Suspiros e um vago silêncio é seguido. Agora, e então, não eram simplesmente dois, mas um só, um só universo de paixões incontroláveis e de desejos infinitos. Seus corpos se moviam sem saber por que, a procura um do outro, em um movimento similar ao das marés. Era a tal Mágia do Amor, o encontro entre metades que se complementavam, que geravam o universo, o movimento da vida!

Eis tantas e tantas formas de se dizer que o Amor se faz no encontro primeiro entre dois corpos inquietos e curiosos em uma noite quente de verão sem fim e misteriosa, que guardaria segredos em forma de suspiros que se desmanchavam no ar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desejos Sem Glória

Desejos Sem Glória

Onde se encontram os olhos daquela menina?
Eu que tanto a queria
Eu, que de tão louco, sorria
Vi se sumir na esquina

Ah, se eu soubesse onde morasse!
Onde vivia com todos seus olhares
E corresse nua entre os pomares
Ah, se ela me namorasse!

E quem saberia quem é ela
E seu nome me enviassem
Para que a desencantassem
E gritaria sua graça pela viela

E assim se foi a história
Sem pé, pentelho ou cabeça
Apenas que, aqui, aconteça
O desfecho sem glória

Versos Sem Inspiração



Versos Sem Inspiração

Eu me conheço de algum lugar
Desconhecido, quem sabe acolá
Eu me conheço das ruas, esquinas
Eu me conheço dos lábios da menina

Eu fui e vim, um dia eu serei
Tantas coisas que esquecerei
Eu fui do bem, eu fui do mal
Hoje em dia sou pleno carnaval

E seu eu deixar algo para trás
Volte e lembre-se que fui um bom rapaz
Sem muitas magoas e muitos amores
Sobrevivendo ao mundo de horrores

E eu perdi minha identidade
Mas quem sou eu mesmo de verdade?
E respondi com toda displicência
Eu sou o que fui em toda experiência

sábado, 12 de março de 2011

Então, qual a emoção de se estar vivo?


Então, qual a emoção de se estar vivo?



Vamos, pare para pensar sobre! Que tal suspender todas nossas pretensões futuras apenas para saborear o estranho momento pessoal de saber que si existi? Como é sentir o ar entrando pelos seus pulmões? Como é sentir o calor/frieza dos corpos a sua volta? Como é sentir a luz e as sombras que se formam a sua volta? Como é sentir o mundo? Como é estar no mundo? Como é ser o mundo?

Então, qual a emoção de se estar vivo?

A Espera de uma Balada

A Espera de uma Balada

Sentado próximo a janela
Vejo a cidade vagar
Seus fazeres, seus deveres
Sem espaço para amar

Tudo virou rotina
Mesmo o sangue em minhas mãos
É sempre mais um inocente
Nos jornais e na televisão

Mas tantos carrosséis
Mas tantos carnavais
E eu aqui dentro, eu mesmo
Em meus solitários festivais

Um vinho e um cigarro
Pra aquecer meu coração
Livros de palavras-cruzadas
Minha vida em contra-mão

E eu não canso de esperar
Uma nova balada
Uma nova balada... musical
Um bem brega, apaixonada!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cotidianos

Cotidianos

Rabisco meu rosto sem querer
Procurando palavras em meu apartamento
Vou versando o silêncio
Vou preenchendo o vazio de viver

A insônia, a esta hora da manhã
Me convida à brincar
Rimando palavras vãs
Que cansei de procurar

Uma xícara, o café
Um espaço pra nós dois
Um infinito sem muita fé
O romance sempre fica pra depois

E assim se segue a melodia
Que de perde na semana
E assim em tom de melancolia
Eu adormeço em minha cama

Mas sem espaço para tristeza
Apenas o prazer me amansa
Por apreciar a tua beleza
Em teu sono bobo de criança

Amor Rêtro (Não Sou de Ninguém)

Amor Rêtro (Não Sou de Ninguém)

Eu não sou de ninguém
A não ser de mim mesmo
Eu não tenho um alguém
Que cubra meus medos

E se você procurar por mim
Descubra por si mesmo
Não aceite mentiras
Sou bem mais, segredos

Eu não sou de ninguém
A não ser de mim mesmo
Eu não tenho um alguém
Que descubra meus medos

E se você encontrar alguém
Que não seja eu mesmo
Não te dedicarei poesias
Que só satisfazem meus dedos

Eu não sou de ninguém
A não ser de mim mesmo
Eu não tenho um alguém
Que dedique meus medos

E se você se apaixonar
Me esconderei por aí
Não te farei mulher, menina
Só para me distrair

Eu não sou de ninguém
A não ser de mim mesmo
Eu não tenho um alguém
De quem esconda meus medos