segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Poesia a um Peixinho-Dourado

Poesia a Um Peixinho-Dourado

Dentro de cada um há um pequeno aquário. Dentro dele encharcamos emoções, lembranças e sonhos... Alguns tão profundos e risonhos que decidimos guardar como tesouro, pessoal, lá bem no fundo. Fundamos oceanos em nosso pequeno aquário, o revestimos de pequenas pedras coloridas, minúsculos detalhes do dia-a-dia que podem até tapar a boa visão da água límpida. É que nos engrandecemos do tamanho de nossos feitos, oceanos que deságuam em si mesmo. Escondemos o que há de mais bonito por ornamos nosso marzinho com pedras da moda, modismo doentio da vaidade. Vadiagem juvenil de amar a si mesmo. Mas acontece que meu pequeno aquário ganhou um morador, um peixinho-dourado, que às vezes me causa tamanha dor ao se esconder nas profundezas de meus desejosos sonhos molhados. Olhados são todos os dias minhas lembranças e a mais viva de todas é o peixinho. Dentro da imensidão de oceanos criados por mim é a ele que dedico minha atual atenção, minha total ação, meu singelo aquário-coração. E sim, a desejada que quero que escute o som de minhas ondas sonoras, o marulhar de meu coração-aquário pode não vir a entender que se trata dela. Afinal ela não é uma peixinho-dourado, afinal ela é apenas Dourado... Escamas de sol, girassol que me guiam, pequena peixinho que dedico minha imensidão, meu singular poema, que se fez tema em seu nome que sobre nomes hão de existir para disfarçar a emoção de um aquário cheio de ondas que tentar tocar tuas escamas, tua cama na hora de dormir.

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