terça-feira, 20 de junho de 2017

Dentes, Unhas e Amassos


Dentes, Unhas e Amassos

Dias cinzas em meio cinzas de cigarro
Um batom borrado, como teus olhos
O vinho ainda em nossos hálitos
Se misturando a saliva e ao tesão

Corpos em guerra, sem trégua
Dobrando-se e retorcendo-se
Torcendo para que não haja fim
Como os cortes das tuas unhas em mim

Puxo teus cabelos, prendo teu corpo
No meu, nos lábios, nos rasgos
O suor na testa, nas tetas, na relva
Na mata, paraíso, da tua buceta

Selvagem... como animais
Com o sexo mais que intenso
Com gritos, em vez de sussurros
Com tapas, em vez de acalento

E no ápice, no gozo, no mais prazer
Dentes encontram carnes
Carnes encontram unhas
Corpos na contramão

E as cinzas do cigarro
O vinho dos teus lábios
O cheiro impregnado, molhado
De corpos depravados

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A Meia Luz, A Meio Blues


A Meia Luz, A Meio Blues

Um quarto, um corpo, um trago
De vinho ou cigarro
E as pequenas luzes do teu quarto
Imitando um céu estrelado

O descampado do teu corpo
Despertando instintos loucos
Quando minha boca encontra a tua
Quando puxo o cabelo da nuca

Nossos corpos como um carrossel
Girando entre teus quadris
Mais um beijo, um trago, um troco
Mais um jeito de gozar meio torto

Um quarto, um copo, um trago
Teus beijos, teus amassos
Tua boca, teus seios, teu mel
Teus pelos, teu cheiro, meu céu