quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Tempos e Maresia


Tempos e Maresia

Na infância, sempre me perguntei porque aqueles homens tão sérios no dia a dia viviam bebendo aquela bebida amarga, ouvindo aquela música ruim em um ambiente imundo e sorrindo. Eu não sabia explicar porque eles não se divertiam de outra forma e em outro lugar. Bom, ao menos seus sorrisos eram bem felizes e sinceros...

Hoje, peguei-me pensando que estava eu bebendo uma caipirinha meio doce, ouvindo aquelas músicas populares brasileiras em um barzinho limpinho a beira mar e sem sorriso. Eu sabia explicar porque não estava me divertindo de qualquer forma e em qualquer lugar. Bom, meus pensamentos eram lerdos e cansados...

Em um momento de lucidez, ou seria embriaguez, contrapus meus pensamentos infantes e tardios. Nem a juventude rude ou cativa, nem a velhice terna ou megera têm a resposta para as sabedorias da vida. Regras ou experiências, uma hora tudo cai por terra e, bom, ficamos lá nós parados olhando pro nada com cara de tacho e uma caipirinha azeda!

Leva tempo pra perceber que a vida não é uma caixinhas de regras a serem seguidas ou uma caixinha de regras a serem quebradas. A vida é apenas vida e a poesia que fazemos dela, ou poesia nenhuma... Ninguém é obrigado a ser poeta!

Então, fico no aguardo do parágrafo a ser escrito "E na velhice..." que talvez eu venha a desdizer o que eu disse antes!