sexta-feira, 15 de junho de 2012

Deserto de Mim


Deserto de Mim

A cada dia procuro me reencontrar: Quem sou eu? Aonde vou?  De onde vim?
Crio narrativas, condenso histórias, reinvento meu mito! Mas há momentos que nada disso faz sentido, tudo se dilui em pequenos fragmentos de desilusão sobre si... Cada máscara, que eu não conhecia, cada disfarce, cada adereço, se perde em um vácuo temporal do instante! Quem eu creia ser, não é, e o outro me constitui, é parte de mim, e quando o outro cai, eu caiu. Se o outro usava máscaras, a minha face real seria uma máscara, mas não no sentido de ser eu falso, mas a relação ser falsa. Não condizemos como o que pretendíamos, logo somos estranhos entre si! Sendo assim, enquanto me percebo como palco, autor e ator de minha vida/história, percebo-me um deserto onde pequenas baforadas de vento criam redemoinhos e miragens que me fazem crer quem sou, que são e quem virão, mas quando chega a calmaria, e não o furacão, contraditoriamente, tudo se esvai, sobrando apenas o tempo real: o impacto do instante!
Não sou caçador de mim, mas um infinito intangível, impalpável, indolor que eu finjo sentir... Relendo este texto, percebo que, nada, nenhuma só palavra vai descrever ou tocar o que sinto, pois isso que se “é” é efêmero e cada momento uma nova faceta mistificada sob o signo do que um dia fui e não de quem serei ou posso ser. Sendo assim, só me resta este deserto a que devo vagar sem rumo, direção, a esmo. Eu deserto de mim!

sábado, 9 de junho de 2012

Mal Posso Esperar


Mal Posso Esperar

Você me deu a mão
Eu te quis pra mim
Era tão belo e então
Fiquei feliz assim

Mal posso esperar te ver
Mal posso esperar te ter
Mas posso esperar você
Mas posso esperar nosso querer

A vida tensa se dilui
Em chuvas de verão (e vão)
A vida se conclui
Em lua de prata no sertão

Mal posso esperar te ver
Mal posso esperar te ter
Mas posso esperar você
Mas posso esperar nosso querer

A paixão de uma vida
Sendo escrita em muitas linhas
Que se cruzam e são lidas
Em folhas amarelinhas

Mal posso esperar te ver
Mal posso esperar te ter
Mas posso esperar você
Mas posso esperar nosso querer

Escolhas


Escolhas

Pássaro voando sozinho
Solto na imensidão
Fugindo dos perigos
Tão frágil de coração

O vento sujo e frio
As nuvens cinzentas
Entre flores e espinhos
E tempestades violentas

É tão simples se libertar
E o peso de viver
É tão simples voar
E o peso de sobreviver

Mais fácil viver em bando
Alguém cai ditar o caminho
Não há liberdade sem riscos
Prefiro enfrentar os espinhos

O corpo em loucura transcendente
O peito de amargura quente
Fugindo pelos seus ideais
Pra lutar por sua vida e nada mais

É tão simples se libertar
E o peso de viver
É tão simples flutuar
E o peso de permanecer