Para os que Vem/Vêm
O mundo é logo bem aí
É só dobrar uma esquina
Dobrar a folha do cigarro
E cair na rotina
E o mundo se esvai
Em pequenos maços de fumaça
Entre carretas, trio-elétricos e caminhões
E volta ao normal, não importa o que se faça
Leio livros, reinvento Foucault
Em um tom acinzentado, pasmo
Vendo tudo a La Pierre Verger
Entre os pretos e os brancos neste marasmo
Se tudo fosse tão simples barroco
Por que o mundo emudecesse?
Seria a falta de verbos
Ou o excesso de regras que me desse?
Fico na filiação marginal
De um poeta em degradação
Em gradeados de bebidas
Em torno de uma graduação
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