A Magia do Amor II
O manto da noite cobria seus corpos, tão belos, leves e delicados. O vento sussurrava poesias ao toque das folhas da árvore. Os sons da noite eram uma incrível orquestra inimaginável, a trilha sonora de um amor...
Ele delirava com os movimentos de seu corpo, seus cabelos negros, sua respiração. Para ele, ela era como uma pintura mágica, que conseguia ganhar vida e o convidava a viver vários sonhos inestimáveis. Tocava seu corpo com delicadeza, como se não soubesse o que fazer. Ele a sentia em suas mãos. Era como tocar as pétalas de uma rosa, tão macia que era. Suas mãos começavam a envolver seu corpo, pouco a pouco a querendo despir. Um desejo imenso de desvendar mistério, mistérios femininos, de um corpo doce, um corpo de mulher.
Sentia seu perfume inebriante, enquanto a tocava o pescoço com lábios quentes. Percebia seus suspiros e arrepios, a cada novo beijo aumentava o desejo. A cada beijo, a cada afago, a cada suspiro e arrepio, a pequena alça ia se movendo, lentamente, a contragosto do desejo. Descendo em um desejo singular, uma queda em abismo profundo de mistérios e caricias. Mistérios que são dois corpos unindo-se. Caricias que embalavam os corpos.
Era a vez da segunda alça. Sua boca desenhava marcas de beijos molhados em seu colo semi-nu. Descrevia, em silêncio, um mapa, um caminho a ser seguido, rumo, em direção a seu seio farto de emoções.
Seguiu, então, a segunda alça de vez tocando-a em uma leve mordida, derrubando o vestido branco em um chão frio, tão contrastante com o calor dos corpos.
Aquela era uma figura impar. A bela imagem da arte, quase um anjo de tão irreal. Uma pele branca-neve, em contraste com o belo negro-noite dos cabelos, que se moviam em timidez, escondendo os belos seios de pico rosados, como de uma bela fruta vermelha, suculenta e delicada.
Nada lhe parecia mais saboroso que sentir a respiração que ela exalava, uma respiração perfumada, ofegante, abafada, viva. Lábios que se encontram. Peito a peito, corações batendo forte, ambos quase sentindo o coração do outro em sintonia, em um único tom, o inicio de um ato de amor.
O fim dos beijos e uma troca de olhares furtivos, que diziam muito, gritavam sedução, refletiam um ao outro, se encontravam e se escondiam nas negras pupilas, céus estrelados.
Tudo à suas voltas parecia luz, mesmo nas sombras tremulas da lua e das velas. Luz e sombras envolviam seus corpos quentes, fogo-vivo. Seus lábios ardiam em intermináveis beijos em um sabor tão singular, desejo. Pétalas, vinho, cor, sabor, vermelho ardente, ardendo nos corpos em encontros intenso em ímpeto. Um contato forte, sem mensuração certa, apenas a delicadeza media o toque, afeto.
Sua pele branca, macia, seu corpo moreno, firme, a união de iguais em alma e diferentes em corpo. União entre dois universos, um contra o outro, em buscar de dar e receber prazer, não sabendo como começar, dar e ter, apenas vivendo.
Os lenços se misturam aos seus movimento, parecendo um mar em tempestade. Ondas que levam os corpos de um lado a outro, um mar em fúria, em tempestade, dilúvio de sensações. As cores, as luzes, os aromas, o suor, os sabores, a saliva, o tato, o toque, os sons, sussurros abafados, afagados, suspirados, trêmulos.
Tudo na mais pura, bela e leve emoção de sentir. Sinestesia! Arte! Magia! Todas as formas, cores e palavras que possam descrever o indizível: a perfeição de dois corpos nus, em encontro, em desejo, em desespero de não se querer um fim. O ímpeto, o cansaço, o suspiro, o beijo (molhado), o calor da respiração lenta, os olhares, os sorrisos, as bocas, os lábios, um ultimo beijo, um desvencilhar dos corpos em um balé único. Uma simetria, uma harmonia dos movimentos, tudo junto, quase o fim, quase o inicio, sem se saber o que vem depois, apenas sentindo cada detalhe. Amor!
Os sons cessam, as luzes se apagam, apenas a lua no alto, os lençóis os cobrem, manto dos sonhos, eles adormecem, mais cansados do que começaram, mais felizes do que terminaram. Sonham!
Nenhum comentário:
Postar um comentário