Nobre Burguês
Eu nunca fui um bom menino
Mas quem de fato o quer ser?
O que nos prometem é profano
Dê-nos o fruto proibido, o normal e o insano
Não tenho mais saco pra televisão
Hoje, sei contar minhas próprias mentiras
Inventar novos vícios e virtudes
Vender e comprar pacotes de atitude
Eu saberia ser um bom burguês
Arrotar como um velho luso-português
Ninguém me explicou as respostas
Minha dúvida é minha grande aposta
Não tenho tempo para dissimulação
Sou tolo mesmo, sem educação
O futuro é uma mera possibilidade
De estatísticas não vive a verdade
Quero vinho, quero a menina
Que me provoca que me alucina
Meu dinheiro é o milagre da vida
Tenho crédito no bar da avenida
Fim do mês o corre-corre
Se o chefe pega, alguém logo morre
Não tenho tempo para sensatez
Um dia me torno um nobre burguês
Nenhum comentário:
Postar um comentário