domingo, 20 de julho de 2014

Delírios de Uma Semana


Delírios de Uma Semana

Eu desejei um cálice
No formato de tua boca
Com os entalhes dos teus lábios
Pensamentos de gente louca

Eu inventei um carrossel
Dias e dias a girar
Em volta de tuas curvas
Um modo novo de sonhar

E eu me embriaguei
Nestas curvas do destino
E me encantei
Com os delírios clandestinos

E o que fazer
Se não sei como voltar?
E o que decidir
Se não sei imaginar?

E teu olhos, teus olhos
Gigantes sóis e luas
Ensolarados dias
Dissimuladas nuas

E eu... E eu...
Perdido na multidão
Sem saber o que fazer
Sem saber sentir, então!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Da Pétala ao Espinho, A Flor


Faz um tempo que não escrevo, só acumulo dias e dias.
Faz um tempo que não me reconheço, só acumulo vidas e vidas.
Faz um tempo e o tempo se desfaz, a Vida, a Morte.

Esta dança que cala.
Esta dança que intercala.
Corpos que se encontram, se perdem...

Perder-se e achar-se.
Não me encontrei!
E mesmo assim, estou aqui... Escrevendo!

Procuro palavras a dizer e nas palavras me procuro e procuro, também, você.
Procuro desesperadamente algo que diga sobre mim, que me encontre, que me faça ser.
No entanto, não sou!

A poesia regressa a minha morada, mas tal morada permanece vazia.
E agora, que regresso e olho o espelho, me percebo.
Eu estive aqui, sempre aqui, o tempo todo...

Já não faz tanto tempo que não escrevo, mas acumulo dias e dias.
Já não faz tanto que não me reconheço, eu escrevo, mas acumulo vidas e vidas.
Eis aqui o meu ofício, O Escritor, eis o que sou e quantas vidas posso ter e ser.
Este é o caminho, entre as pétalas e espinhos, A Flor!