quinta-feira, 17 de julho de 2014

Da Pétala ao Espinho, A Flor


Faz um tempo que não escrevo, só acumulo dias e dias.
Faz um tempo que não me reconheço, só acumulo vidas e vidas.
Faz um tempo e o tempo se desfaz, a Vida, a Morte.

Esta dança que cala.
Esta dança que intercala.
Corpos que se encontram, se perdem...

Perder-se e achar-se.
Não me encontrei!
E mesmo assim, estou aqui... Escrevendo!

Procuro palavras a dizer e nas palavras me procuro e procuro, também, você.
Procuro desesperadamente algo que diga sobre mim, que me encontre, que me faça ser.
No entanto, não sou!

A poesia regressa a minha morada, mas tal morada permanece vazia.
E agora, que regresso e olho o espelho, me percebo.
Eu estive aqui, sempre aqui, o tempo todo...

Já não faz tanto tempo que não escrevo, mas acumulo dias e dias.
Já não faz tanto que não me reconheço, eu escrevo, mas acumulo vidas e vidas.
Eis aqui o meu ofício, O Escritor, eis o que sou e quantas vidas posso ter e ser.
Este é o caminho, entre as pétalas e espinhos, A Flor!

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