Se há alguém que entende de descaminhos, ah... Este alguém sou eu! Quase nunca falo de mim, quase não digo o que sinto, quase não digo o que penso, quase não digo que sou, mas, de alguma forma, algo me escapa às minhas pretensões de sólida solidez. Algo aparece de mim que eu nem mesmo sei. Estes descaminho de mim mesmo...
Devem ser muito loucos aqueles que me acompanham, que me acompanham de algum modo. Não há muitas constâncias em mim a que se possa se apegar. Há derivações, há rupturas, há prosa, há poesia, há até literatura científica. Sou um poço profundo no raso do céu... Sou o paradoxo do encontro do fim e do começo, eu sou entre... Qualquer coisa que faça sentido! Eu sou sentir, eu sou mentir, estou perdido, estou/sou todos sentidos!
Sou morada de ilusões, sou morada de desilusões. Sou morada de muitos mundos. Sou morada de mundos fictícios. Sou morada da esquina, da cantina. Sou o que se pode imaginar se quiser uma brigo, amigo, namorar! Sou o que sou agora, fui antes, durante e depois. Eu sou o amor romântico, sou sexo a dois. Como eu disse, sou descaminhos e desvios proibidos. Eu sou a lenda que eu recrio em cada rito. Eu sou a fogueira que queima o capital. Eu sou a luxuria, sou a cobiça, sou o que sou e não sou mal. Eu sou, como eu disse, poesia, prosa e outros devaneios, meio a meio, meio mortal.
Mas se você quer mesmo que eu afirme algo além de derivar versos bem concretos e além, é só reparar na cara boca boba que faço quando um sorriso se abre pra mim no tempo-espaço de segundos, de centímetros, do perímetro do beijo e nada mais.
Eu sou e apenas sou o fruto proibido de histórias e libido. Sou o produto fabricado no infinito possível ser. Eu sou e todo sou seu amor, amante, marido, seja o que for. Mas o que realmente sou é o que te deixo ver, pois o que sou que sou e sou agora mesmo que restou...
Sou apenas mais um homem que vos fala em metáforas, mas o que queria simplesmente era que você sentisse minha presença crucial do agora! Pelos bares, pelas ruas, luas e lugares, qualquer canto que sonhares e que podemos nos encontrar. Sou aquilo feito na presentificação do momento, sou o sorriso sincero que te dou, sou o abraço acalorado que sobrou, sou a ultima dose do copo cheio de amor, sou aquele que estará lá, presente, face a face, basta, se você quiser, procurar!