Blues da Aspirina
Sou um pequeno livro aberto
E tantas páginas arrancadas
De uma vida cheia
De mentiras escancaradas
A verdade é uma sopa
De muitas letrinhas
Se diluindo aos poucos
Sobrando só as entrelinhas
Neste festival incerto
Que o profeta não rogou
O bar é a parada certa
Que a esquina consagrou
E vejo anúncios na TV
Já não ando tão down
O vazio, em mim, tão vago
Já não causa tanto mal
Compradores, piscinas
Fazenda, cinema, jornal
Toda minha tristeza, angústia
Se dilui (se dilui) em crédito especial
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