sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Procura


A Procura

Afinal, o que aconteceu? Ninguém percebe meu silêncio? O mundo está um caos, sabe? Eu devo ter passado muito tempo calado, mas não em silêncio, mas as pessoas não perceberam. Hoje, eu não estou calado no calor criativo, mas no gélido silêncio pensador.

Reverti-me de vários adornos e armaduras, escudos e espadas para enfrentar o mundo, mas, quando de fato estou ferido, não consigo me desvencilhar de tudo isto e simplesmente sentir a flecha que me atingiu, no pequeno espaço do momento, no golpe do destino, no movimento das eras.

É muito difícil ser humano, mais fácil seria ser semideus, imponente insensível. Voltar-se para sua própria dor é um ato heróico, maduro, mas como é que se faz isso mesmo? Simplesmente há algo dentro de mim que precisa ser sentido, mesmo eu não sabendo o que se é e como sentir, existe algo nem bom, nem ruim, necessário para me sentir vivo, mortal, passível de amor e delírio!

Eu não abandonei a espada, não derrubei o escudo, não estive em um silêncio tão profundo, nem mesmo me deixei atingir por algo. Apenas sinto que preciso sentir algo intenso, de preferência que me comova, me ponha em prantos, desestabilize-me, que eu perceba que ainda estou vivo e há perigos maiores por vir e que estes que estão passando ou passaram são meros fantasmas que vem me alertar dos novos gigantes nas colinas, dos feiticeiros incansáveis e dos reinos do submundo, reinos proibidos...

Eu preciso sentir algo mais intenso do que meu próprio coração batendo, algo que não me traga alegria e nem dor, mas me Desperte!

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