terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma Tarde Romântica que Sonhei

Uma Tarde Romântica que Sonhei

Me dê sua mão
Te prometo que
Não vai se esquecer
Os versos que decorrei pra você

A rosa que roubei,
Ela triste murchou
Mas a intenção,
Ela veio e brotou

Mas não se esqueça
Daquela canção de amor,
Que você me ensinou

E carta que escrevi
E não me respondeu
Preferiu, simplesmente, sorrir

Então me abrace forte
Não responda, não chore
Apenas me ofereça
Um beijo e o resto que se ignore

Infância Perdidas

Infância Perdidas

Era mais fácil tentar voar
Ser um bom menino
Não deixar de sonhar

Era mais fácil viver
Ser um novato
Deixar de crescer

Mas o mundo muda
Dá voltas, faz tudo girar
Mas o mundo muda
Que será que pode nos salvar

Nem toda mudança é boa
Nem toda certeza é do mau
Nem todo chocolate engorda
Nem toda birra é normal...

Era difícil chorar
Ser estude
Gostar de trabalhar

Era difícil se esquecer
Ser rabugento
Deixar de aprender

Mas o mundo pira
O mundo muda no mesmo lugar
Mas o mundo gira
O mundo nos faz pirar

Nem todo sonho é bom
Nem toda insônia do mau
Nem todo limão azeda
Nem todo presente é de natal

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Relacionamento à Distância



Relacionamento à Distância


“Paixão, como é que é mesmo relacionamento à distância?”
“Paixão, e dá certo mesmo?”

Estas perguntas, entre outras, tem si tornado mais freqüentes, o que acho interessante, e tem me feito pensar (e saborear) o que é amar a distância! Sou suspeito ao tratar de tal assunto, gosto desta experiência.

Não minto, não é fácil nos dias que você precisa de um colo pra dormir e chorar, de um abraço apertado ou um beijo que apenas a/o amada/amado pode dar! Não é fácil quando a saudade aperta, e no inicio ficamos irritados, tememos que este amor se acabe, que nunca vai dar certo continuar, que estamos fadados a um desprazer... Somos fatalistas!

Nos ensinaram a crer que o Amor Romântico morreu, que não há espaço para uma cumplicidade fiel, que não há lugar para idealizações bobas. Não há mais espaço para cartas de amor, poemas, suspiros, todos eles são passiveis focos de desilusão e nos fazem crer que é apenas desilusão que brota dos nossos relacionamentos, nos sentimos tolhidos a viver!

Eu defendo que há Amor Romântico no mundo sim!

Com o tempo, nos fizeram crer que apenas prazeres imediatos e com 100% de certeza de dar certo seriam empreendimentos válidos, incluindo todo e qualquer tipo de empreendimento, no caso, um amor administrado... Sucumbimos a um formalismo vitoriano de casamento de contrato, não sendo mais o mediador questões propriamente econômicas financeiras, mas econômicas sentimentais...

O Amor que podemos ter, sentir, criar, não é o amor barato, o amor vendido nos filmes, é uma escolha pessoal, bela, nada arbitraria, que diz respeito ao quanto você deseja acreditar que é possível viver algo de bom e duradouro a longo prazo.

Pra mim, cada reencontro é fantástico! Sinto como se fosse o primeiro e o ultimo! Os abraços parecem mais cheios de vontade, de amor. Nos deliciamos com cada momento juntos, nos permitimos sonhar com o futuro, filhos, casa, apartamento, emprego, mesmo que não ocorram, apenas por acreditar que vale a pena sonhar! Reconhecemos as grandes chances de que dê errado, mas o que nos interessa não são as probabilidades de erro, o que nos interessa é a pequena, bela, singela historia de Amor que pode ser vivida agora! Não um imediatismo em busca de prazer ou desprazer, mas um “podemos viver algo de bom agora, contigo!”, não temos tempo para lamentações, medos ou enganos, nosso tempo é dedicado a uma poesia diária, escrita a distância, com tinta de saudade.

A cada mensagem recebida antes de dormir, cada recado no Facebook , cada nova foto boba postada, ou desenho mal feito rabiscado no caderno, o/a outro/a se faz presente! É um encantamento constante, em que não esperamos que o outro venha a nós e nos faça viver um mundo fantástico, mas nós cooperamos mutuamente, cada um criando um pedacinho deste fantástico universo, infinito particular!

O Amor não deve ser um ato passivo, um ser amado, mas um ser amante! Devemos ser protagonistas do Amor que queremos viver, do Amor que queremos fazer, do Amor que queremos dar e receber!

O Amor Romântico não morreu!

Há um mundo que pode ser sonhado, criado e vivido, basta que abramos nossos novos olhos e enxergá-lo, senti-lo, tocá-lo! É preciso assumir que devemos ser construtores de uma “nossa história de Amor”...

O Amor não é uma coisa, é um ato, é um verbo, que só existe se for conjugado. Conjugal. Conjunção. Conjunto, Conjugação!

O Amor é o verbo Amar!

sábado, 21 de maio de 2011

Caminhadas


Caminhadas

Caminha, ninguém sabe aonde vou
Perseguir os ladrinhos da rua
Sentir-me livre de madrugada
Sendo seguido, apenas, pela lua

Caminha, o mundo seria tão mais belo
Se soubéssemos apreciar
A delicadeza de nossos passos
Sem risco, dor, pressa, caminhar

Sentir o frio da noite adentrar meu corpo
Cada passo ressoar pelo chão
O silêncio fresco se espalhando no espaço
Um olhar cortando a escuridão

Caminha, sentir a grama e as poças de chuva
Descer ladeiras, subir escadas
Ouvir os sons da noite e seu luar
Se perder no labirinto de estradas

Caminha, esquecer do presente e passado
Passar por vias, postes e construções
Seguir sem rumo sem destino
Acalentar cansados corações

Umas Noites


Umas Noites

Tiro tuas roupas com os dentes
Que pra poder te provocar
Aproveito cada segundo, cada estrago
Que meu corpo possa te causar

Quero ouvir teu veneno
Este tão doce de escutar
Que sentir minha mão em teus cabelos
Enquanto meus lábios vão te encontrar

Eu sei que nem tudo é proibido
Mas é pela alegoria que dá vontade de pecar
Pelo erro de ser livre, de ser certo
De poder te embriagar

Um suspiro, um gemido sem dor sem fim
Sem pedido de desculpas, juras de amor
Sem temer sem horror, apenas paixão
Sem segredo ou desespero, só um pouco de ardor

E te despir, aos poucos pouco
Deleitar-te em meu prazer
Te seduzir te enlaçar
Te transformar em meu querer

E por fim, tudo tem fim
Embriago de amor, foi querer dormir
Te beijar, dizer meu amor
E aos poucos, sonhos fluir

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Magia do Amor II

A Magia do Amor II



O manto da noite cobria seus corpos, tão belos, leves e delicados. O vento sussurrava poesias ao toque das folhas da árvore. Os sons da noite eram uma incrível orquestra inimaginável, a trilha sonora de um amor...

Ele delirava com os movimentos de seu corpo, seus cabelos negros, sua respiração. Para ele, ela era como uma pintura mágica, que conseguia ganhar vida e o convidava a viver vários sonhos inestimáveis. Tocava seu corpo com delicadeza, como se não soubesse o que fazer. Ele a sentia em suas mãos. Era como tocar as pétalas de uma rosa, tão macia que era. Suas mãos começavam a envolver seu corpo, pouco a pouco a querendo despir. Um desejo imenso de desvendar mistério, mistérios femininos, de um corpo doce, um corpo de mulher.

Sentia seu perfume inebriante, enquanto a tocava o pescoço com lábios quentes. Percebia seus suspiros e arrepios, a cada novo beijo aumentava o desejo. A cada beijo, a cada afago, a cada suspiro e arrepio, a pequena alça ia se movendo, lentamente, a contragosto do desejo. Descendo em um desejo singular, uma queda em abismo profundo de mistérios e caricias. Mistérios que são dois corpos unindo-se. Caricias que embalavam os corpos.

Era a vez da segunda alça. Sua boca desenhava marcas de beijos molhados em seu colo semi-nu. Descrevia, em silêncio, um mapa, um caminho a ser seguido, rumo, em direção a seu seio farto de emoções.

Seguiu, então, a segunda alça de vez tocando-a em uma leve mordida, derrubando o vestido branco em um chão frio, tão contrastante com o calor dos corpos.

Aquela era uma figura impar. A bela imagem da arte, quase um anjo de tão irreal. Uma pele branca-neve, em contraste com o belo negro-noite dos cabelos, que se moviam em timidez, escondendo os belos seios de pico rosados, como de uma bela fruta vermelha, suculenta e delicada.

Nada lhe parecia mais saboroso que sentir a respiração que ela exalava, uma respiração perfumada, ofegante, abafada, viva. Lábios que se encontram. Peito a peito, corações batendo forte, ambos quase sentindo o coração do outro em sintonia, em um único tom, o inicio de um ato de amor.

O fim dos beijos e uma troca de olhares furtivos, que diziam muito, gritavam sedução, refletiam um ao outro, se encontravam e se escondiam nas negras pupilas, céus estrelados.

Tudo à suas voltas parecia luz, mesmo nas sombras tremulas da lua e das velas. Luz e sombras envolviam seus corpos quentes, fogo-vivo. Seus lábios ardiam em intermináveis beijos em um sabor tão singular, desejo. Pétalas, vinho, cor, sabor, vermelho ardente, ardendo nos corpos em encontros intenso em ímpeto. Um contato forte, sem mensuração certa, apenas a delicadeza media o toque, afeto.

Sua pele branca, macia, seu corpo moreno, firme, a união de iguais em alma e diferentes em corpo. União entre dois universos, um contra o outro, em buscar de dar e receber prazer, não sabendo como começar, dar e ter, apenas vivendo.

Os lenços se misturam aos seus movimento, parecendo um mar em tempestade. Ondas que levam os corpos de um lado a outro, um mar em fúria, em tempestade, dilúvio de sensações. As cores, as luzes, os aromas, o suor, os sabores, a saliva, o tato, o toque, os sons, sussurros abafados, afagados, suspirados, trêmulos.

Tudo na mais pura, bela e leve emoção de sentir. Sinestesia! Arte! Magia! Todas as formas, cores e palavras que possam descrever o indizível: a perfeição de dois corpos nus, em encontro, em desejo, em desespero de não se querer um fim. O ímpeto, o cansaço, o suspiro, o beijo (molhado), o calor da respiração lenta, os olhares, os sorrisos, as bocas, os lábios, um ultimo beijo, um desvencilhar dos corpos em um balé único. Uma simetria, uma harmonia dos movimentos, tudo junto, quase o fim, quase o inicio, sem se saber o que vem depois, apenas sentindo cada detalhe. Amor!

Os sons cessam, as luzes se apagam, apenas a lua no alto, os lençóis os cobrem, manto dos sonhos, eles adormecem, mais cansados do que começaram, mais felizes do que terminaram. Sonham!