Há muito tempo eu busco fazer poesias simples, pequenas, delicadas, mas nada me
parece caber em poucas palavras. Sinto-me inclinado aos excessos. Faço rimas e
prosas, mas não alcanço a perfeita sintonia que busco. Exagero nas metáforas,
nada parece fazer sentido. Palavras bonitas jogadas aleatoriamente, como lance
de dados. Ontem à noite eu tive um sonho, e dele, por fim, veio-me a
inspiração: Não dizer absolutamente nada, apenas o tempo de um suspiro, fechar
os olhos, após o encontro de teus olhos, beijar-te e dizer “eu te amo!”. Nada
mais precisará fazer sentido, ser dito, rimar, as frases poderão ser clichê,
mas o sentimento que vai tamborilar em nossos peitos serão a única poesia sinfônica
a ser ouvida no silencio de nossos lábios...
Droga, fiz de novo, os excessos das palavras!
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