domingo, 5 de maio de 2013

A Vida em Piloto Automático


A Vida em Piloto Automático

Datas para entrega de relatório. Data de supervisão. Datas no calendário.
Horários de atendimentos. Remarcar. Ausência. Ligações. Burocracias.
Artigos, livros, fichamentos, prontuários... Cadê meu caderno de anotações?
Atrasos, insônia, ressentimento. Despertador!
Corre-corre. “Não vai dar tempo!”. Acabou...
Frustração!

Às vezes perdido no tempo, meditando sob o ponteiro do relógio. Dançando na ponta da agulha, no fio da navalha. Perdido de mim mesmo boa parte do momento, do instante, já foi!

Vivendo a vida em piloto automático, tentando dar tempo ao tempo, tentando dar conta dos momentos, situações, faculdade, amigos, família, livros, trabalho, ufa! Namorada, cadê?

E o que é preciso fazer?
Suspender a vida!

Parar tudo: não pensar, não sentir, não correr, nada! Pura e simplesmente, apenas, respirar. Música como pano de fundo, deitar o corpo ao chão e deixar o universo se desintegrar na vertigem do fim dos tempos... Devaneios de respiração!

Quando paramos, sentimos o mundo girar. Suspendemos nosso movimento e podemos então ver o que não se via, pois acompanhávamos o mundo em seu fluxo incessante, enxergamos o invisível.

Paralaxe de si pra si por si consigo!

As vozes do mundo se calam! Não há uma só palavra, não há verbo, apenas respiração.
Percebemos que naquele fluxo da vida não estávamos no comando do barco, mas sim as metas, datas, horários, trabalhos, outros. Estes dominavam nossos fazeres (responsáveis). 
Mas onde sou eu?

A Vida em Piloto Automático!

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