A Vida em Piloto Automático
Datas para entrega de relatório. Data de supervisão. Datas
no calendário.
Horários de atendimentos. Remarcar. Ausência. Ligações.
Burocracias.
Artigos, livros, fichamentos, prontuários... Cadê meu
caderno de anotações?
Atrasos, insônia, ressentimento. Despertador!
Corre-corre. “Não vai dar tempo!”. Acabou...
Frustração!
Às vezes perdido no tempo, meditando sob o ponteiro do
relógio. Dançando na ponta da agulha, no fio da navalha. Perdido de mim mesmo
boa parte do momento, do instante, já foi!
Vivendo a vida em piloto automático, tentando dar tempo ao
tempo, tentando dar conta dos momentos, situações, faculdade, amigos, família,
livros, trabalho, ufa! Namorada, cadê?
E o que é preciso fazer?
Suspender a vida!
Parar tudo: não pensar, não sentir, não correr, nada! Pura e
simplesmente, apenas, respirar. Música como pano de fundo, deitar o corpo ao
chão e deixar o universo se desintegrar na vertigem do fim dos tempos...
Devaneios de respiração!
Quando paramos, sentimos o mundo girar. Suspendemos nosso
movimento e podemos então ver o que não se via, pois acompanhávamos o mundo em
seu fluxo incessante, enxergamos o invisível.
Paralaxe de si pra si por si consigo!
As vozes do mundo se calam! Não há uma só palavra, não há verbo,
apenas respiração.
Percebemos que naquele fluxo da vida não estávamos no
comando do barco, mas sim as metas, datas, horários, trabalhos, outros. Estes
dominavam nossos fazeres (responsáveis).
Mas onde sou eu?
A Vida em Piloto Automático!
Nenhum comentário:
Postar um comentário