sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Seria a Sereia Meu Amor?

Seria a Sereia Meu Amor?

Quantas conchas na areia
Tuas cochas no mar
Pés molhados de sereia
Fruto proibido a se provar

Frutos do mar e da terra
De se colher e cultivar
Nem imagina a guerra
Que é fugir do teu olhar

Seria então amor?
Sereia me encantou!
Seria então amor?
Sereia me encantou!

Corpo molhado de sal
Corpo de tom sedutor
Férias e carnaval
De sábio escultor

Moça dos cabelos de vela
Deixa eu neles navegar
Queres ser a minha bela?
Vem comigo ficar!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Ultima Poesia Antes de Dormir

A Ultima Poesia Antes de Dormir

A ultima poesia antes de dormir
É como fazer a cama
Preparar os travesseiros
Apagar a luz, a chama

É dormir o fogo do amor
É soltar o mais silencioso som
É deixar o sentimento correr
É sonhar antes de adormecer

É o cansaço que cria
A criação nada divina
A divindade poesia
Que se faz verso em rima fina

É descansar a pena no cansaço
É conhecer o mais louco desejo
É desejar o ser amado
É desejar ser amado

A ultima poesia antes de dormir
É como libertar
a quem se ama
Desfazer a gaiola em escritos
Desfazer em amor a cama

Surto Poético

Surto Poético

Afinal de contas o que é um surto poético?
É uma pequena aventura
É um desejo secreto
É uma invenção de ternura?

Me nego a responder
Ás vezes é falta de amor
Excesso de amar
Falta do que fazer

Dependendo do que for
Pode ser o não ter
Ou ter e não saber
O mais puro e belo amor

Agora se desfaz em pétala a poesia
Se desfaz em pranto minha alegria
Se mantém em falso minha fantasia
Dorme calma em mim tua elegia

Afinal de contas de que vale versar
Se o poético verso não vai te encantar
Se minha rima escolhida não vai te inspirar
Se minha pouca ternura não vai te encharcar

É Rica

É Rica

Avisa a ela que eu vou voltar
Mesmo que não me espere
Que não me queira chegar

Avise a ela que eu não vou esquecer
O verso que foi pra nós dois
Que foi pra nos conhecer

Deixo aqui a palavra
O texto, o papel e a caneta
Deixo tudo o que há de mim
Guardo em tua gaveta

Dentro dele, coração
Lembranças que se espalham
Perversos sentimentos teus
Que não compartilha não

Afinal a poesia é tua
De mais ninguém
Afinal é um presente
Devaneios sólidos, poemas alem

Suspiros da Poesia

Suspiros da Poesia

Não deixa a tua poesia morrer em mim
Não deixe a minha poesia morrer em ti
Não deixemos tudo se perder
Ainda a tempo de reescrever

Me desfaço de velhas cantigas
Esqueço outras canções
Busco novos versos e gírias
Pra inventar novos bordões

Pode parecer que não há nada de novo
Que não existe mais por que
Mas por que eu escreveria
Se não fosse por você

A rima parece pouca, muito boba
Mas quem precisa ser serio
É preciso ter sabores, odores, amores
Sentimentos em oficio

Não deixe a tua poesia morrer em mim
Não deixe a minha poesia morrer em ti
Não percamos o beijo ao anoitecer
Ainda a tempo de reviver

A Menina, o Poeta, a Poesia

A Menina, o Poeta, a Poesia

Me ensina poesia, menina
Me ensina a te encantar
Me ensina a palavra amiga
Me ensina a palavra amar

Deixa eu te contar historias
Uma musica te cantar
Deixa o som harmonioso do silencio
Ser quebrado pelo encontro de um beijar

Menina, tu que me ensinou a amar
Não me ensine a sofrer
Ainda preciso de ti
Ainda há muito o que escrever

Defendo minha postura de poeta
E você defende o de estar poesia
Me encanta as palavras que empresta
Para as coisas que minha escrita cria

Somos de todo um casal
Eu não sei existir sem ti
Não me seria tão normal
Um poeta sem poesia seria mentir

Falta

Falta

O que me falta pra escrever?
Falta um gesto, um sorriso, um verso?
Falta tanto sentimento pra acabar
Falta tanta falta de esperar

Esperança que não chega
Choro silencioso de criança
Momento pobre do poeta
Silencio na caneta aberta

Papel seco sem tinta
Olhos perdidos na janela
O som frouxo do vento
O bater do prato na panela

Tudo aqui em casa sem sentido
Sentindo tudo em seu momento
Mas nada de uma poesia bela
Apenas pequenos lamentos

O que me falta pra escrever?
Falta uma bela tarde em companhia
Falta todo detalhe que me foge
Falta o que tive ao meu lado um dia

Desenho de uma Lembrança

Desenho de uma Lembrança

Pequenos rabiscos no papel
Detalhes em riscos
Tento esboçar sua face
Com traços ricos

Se eu errar um belo toque
Perderei seu ser
Se desfará sua imagem
Se perderá o meu tecer

É que o toque no caderno
É como o toque no rosto
Dedilho o desenho com carinho
Vou criando um sonho posto

Me invento um pintor
Um artista de amores
De faces nunca esquecida
De pequenas dores

Assim borrei o papel
Uma gota de tinta distinta
Uma lagrima pequena e simples
Um sereno choro que se sinta

Musa

Musa

Quero encontrar minha musa
Que anda perdida por aí
Eu nunca a conheci
Quem saberá se já não a vi

Será que ela vem no passo do vento
Ou nas ondas do mar
Quem dirá se no fogo do sol
Ou em uma canção do luar

Seria vestida de branco
Ou no manto da noite
Quem saberá dizer
Quem souber me conte

Seria uma fada bela
Ou uma sereia na pedra
Uma anja em penas
Ou um virgem, donzela

Musa, que tanto me abusa
Que tanto foges quando acho achar
Onde se escondes alem de mim
Onde posso vir a te beijar?

Sonhos de Uma Noite de Verão

Sonhos de Uma Noite de Verão

Como uma noite quente de verão
Você me veio e você me teve
Você passou como trovão, me assustou
Você passou, em mim você esteve

E eu que não soube o que fazer
Com todo corpo belo que me deu
Apenas, quis ali estar
Não cuidamos e algo se perdeu

Foi uma bela noite de verão
Em que as fadas dançam em nossa cama
Foi uma noite em vão?
A minha voz teu nome clama

Quis não acreditar sentir
Quis me esconder, partir
Mas não partir tal amor
Da dor de tanto te querer quis fugir

Mas se é amor, mas se é amor
Ele se paga aos poucos sem teu calor
Sem tua palavra doce e quente
Sem teu sorriso perto do meu, ardente

Descobertas, Sem Tuas Cobertas

Descobertas, Sem Tuas Cobertas

Quem diria quem iria dizer
Que eu descobriria o mundo por você
Palavras que a pouco não me faziam sentido
Agora são poucas para o que estou sentindo

Ciúmes, talvez, eu sinta
Não quero admitir, talvez eu minta
Saudades eu sei, já provei
Agora me resta é esperar, pois te amei

E o amor que tanto negava
Enfim existia, eu não esperava
Agora fico assim toda madrugada
A procura de abrigo, você é minha amada

E nos teus braços quero fazer meu ninho
Não me deixe sem cobertas, aqui, tão sozinho
Me faço só teu se te fizeres só minha
E de noite nossa cama será pequenininha

É que sem você eu me sinto louco
Me sinto sem palavras e acho muito pouco
Queria teu gesto, teu beijo, teu carinho, teu corpo
Me vejo em cobertas, descobertas, um bobo, durmo sem ti me poupo

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um Certo Sertão e Meu Erro em Solidão

Um Certo Sertão e Meu Erro em Solidão

Abestalhado com o tempo
O vento que passa em um assopro
As folhas secas se mexem
E calor que tanto sofro

O vento quente arriba saias
Derruba livros e panelas
Bate portas quebra tudo
Destrói o silencio e janelas

Tudo parece tão calmo
Até as pedras na ribanceira
Que despencam de tão alto
Quando vem a chuva ligeira

E eu aqui com o som do violão
Uma calmaria matuta
Uma vontade de pé no chão
Dentro de mim saudade luta

Eita, meu sertão!
Assim eu me erro
De que vale tanta força bruta
Se não grito o amor em um berro

domingo, 20 de dezembro de 2009

Vem Pra Mim, As Coisas São Assim

Vem Pra Mim, As Coisas São Assim

Vem que eu te protejo do escuro
Vem que após o jantar apago a luz
Vem que nos meus braços eu te guardo
Vem que hoje vai rolar um blues

São tantas historias pra contar
São tantos casos pra esconder
São tantas mentiras a inventar
São tantas verdades a morrer

Vem que te guardo aqui comigo
Vem que sinto tua falta e de teu carinho
Vem que é você que preciso
Vem que já não me sinto tão sozinho

São tantas bocas a beijar
São tantas Juras a fazer
São tantos braços a abraçar
São tantos amores a esquecer

Vem que é só você que eu quero
Vem que é só dizer que é só minha
Vem que eu te quero a todo instante
Vem que não se sentirá mais tão sozinha

São tantas coisas entre nós dois
São tantos presentes no passado
São tantas brigas pra depois
São tantas coisas, nossas vidas, mas o que interessa é estar do teu lado

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Poeta e a Bailarina

O Poeta e a Bailarina

Há uma pequena bailarina
E dentro de ti ela vai viver
Há um pequeno poeta
E dentro de ti ele quer aparecer

Se faz difícil o vosso caminho
Pois nos teus passos ele não sabe dançar
Vai no compasso louco de seus escritos
Que necessito um dia te entregar

Segue todo teu ballet
Seu corpo que se entrega ao ar
Como a pena que deixo fluir
No papel que tenta te versar

Bailarina, por que danças tanto dentro de mim?
Se não me queres que não me conquiste
Se me conquista é que me queres?
Se não, ao menos essa poesia existe

Dentro de mim dança tua bailarina
Escrevo versos a ela divertir
Dentro de ti uma escrivaninha
Que meu poeta quer residir

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Destinos em Cartas de Baralhos e Escritas

Destinos em Cartas de Baralhos e Escritas

Ê morena cigana bonita
Me diga do futuro, oh cartomante!
Me revele o destino
E vele o meu estar amante!

Busque os significados
Constelações de estrelas-do-mar
Signos e ascendentes náuticos
Horóscopo que acende meu sonhar

Descubra os mistérios em mim
Os das palmas de minha mão
Lei as caricias que já fiz
E tantas outras que virão

É que não desprezo a sorte
De com ela me encontrar
Encostar minha boca na dela
Viagem astral a luz do luar

Embaralha em mim sentimento
Oh bela virgem cartomante
Me descreva o destino do verso
Da carta escrita do amante

Sentimento

Sentimento

O sentimento que mais busco
tem apenas um nome: “Peixinho-Dourado”


Sabe é que eu gostei do trocadilho barato...

Devaneios de um Fim de Noite (ou O Retorno do Peixinho-Dourado)

Devaneios de um Fim de Noite (ou O Retorno do Peixinho-Dourado)

Muitos procuram sentimentos de tons classicistas, meio vitorianos meio catedrais góticas. Sentimentos revertidos de cinema e de pureza intocável quase religiosos que são. Sentimentos inventados e produzidos para produção. Sentimentos que não cabem a ninguém a não ser a própria e única televisão.

Até onde minha visão alcança, posso subverter a ordem das palavras, inventar a elas novos sentidos e sentir. Mas como esta vida é impregnada da pregação dominical de filmes cômicos românticos, decidi desistir de palavras tão mal utilizadas por aqueles que se dizem fazer arte. Artifício para vendas em fim de tarde.

Então busquei uma nova forma de expressão e que fosse singular a um momento. Procurei uma palavra que significasse pra mim o sentimento que achei, que sinto e permaneço em sentir, amanheceu em mim e como amanheço todo dia com este estado de estar em mente uma única palavra de tons angelicais de fruto proibido, de maça mordida no pé de boca rosada. Rosas que por ventura decidi são só minhas e então preservar tão belo nome em uma só invenção, revertida em aquário o peixinho-dourado se põe a dormir.

Dormi sonhos acordado de menina-moça que se engana em fingir sorrisos matreiros para o moço tolo e feito menino se sentir... Homem que se deixa descansar em terno nome que o sobrenome vem revelar.

Poesia a um Peixinho-Dourado

Poesia a Um Peixinho-Dourado

Dentro de cada um há um pequeno aquário. Dentro dele encharcamos emoções, lembranças e sonhos... Alguns tão profundos e risonhos que decidimos guardar como tesouro, pessoal, lá bem no fundo. Fundamos oceanos em nosso pequeno aquário, o revestimos de pequenas pedras coloridas, minúsculos detalhes do dia-a-dia que podem até tapar a boa visão da água límpida. É que nos engrandecemos do tamanho de nossos feitos, oceanos que deságuam em si mesmo. Escondemos o que há de mais bonito por ornamos nosso marzinho com pedras da moda, modismo doentio da vaidade. Vadiagem juvenil de amar a si mesmo. Mas acontece que meu pequeno aquário ganhou um morador, um peixinho-dourado, que às vezes me causa tamanha dor ao se esconder nas profundezas de meus desejosos sonhos molhados. Olhados são todos os dias minhas lembranças e a mais viva de todas é o peixinho. Dentro da imensidão de oceanos criados por mim é a ele que dedico minha atual atenção, minha total ação, meu singelo aquário-coração. E sim, a desejada que quero que escute o som de minhas ondas sonoras, o marulhar de meu coração-aquário pode não vir a entender que se trata dela. Afinal ela não é uma peixinho-dourado, afinal ela é apenas Dourado... Escamas de sol, girassol que me guiam, pequena peixinho que dedico minha imensidão, meu singular poema, que se fez tema em seu nome que sobre nomes hão de existir para disfarçar a emoção de um aquário cheio de ondas que tentar tocar tuas escamas, tua cama na hora de dormir.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Teatro Meu de Cada Dia

Teatro Meu de Cada Dia

O que é um palhaço senão um poeta vestido em versos e sorrisos? Quero uma vida de gravatas coloridas e de amores incertos, de falsas certezas vivem os economistas, e eu não pretendo economizar emoções, quero a sorte do erro de amar quem não me ama e ser acalentado por um novo amor...

Quero tantas coisas que nem sei se vão continuar sendo, mas vou tentando fazer da vida um picadeiro de construções, sem esperar que alguem o faça por mim, assim é o palhaço...
Antes de querer sorrisos, ele se faz sorrir. Este mundo pode ser até divertido ficar na plateia, mas nunca será tão bom quanto a insegurança de se estar no palco...

Saudades do Teatro Meu de Cada Dia... =o)

Esperem! Esperem que logo logo o Teatro das Metamorfoses toma forma e se desforma, se metamorfoseia, se desmetamorfisa e se faz poesia...

???

???

Palavra... existe algum poder na palavra?
Certas letras unidas, certas musicas ouvidas
Certas vogais e consoantes, tons soantes
Certos versos e inversos, prosas
Certas estrofes, certos concertos
Certo de toda palavra sem sentido
Certo de todo sentimento sentido
Certo de tudo sentado ao computador
Palavra minha que sai em forma de poesia
Poesia que não alcança teu coração
Coração que é indomável como o meu
O meu que se tornou tão dócil a teu olhar
Olhos que descansam em gotas
Gotas de saudades de quem gosta
Gosto do teu lábio que já não tenho
Tenho apenas as palavras
Que poder isso tem?
São palavras, não são você...
Meus o meu dizer “quero bem” não é querer
Queria, antes, que fosse um abraçar sem palavras
As palavras se tornam desnecessárias a tua presença
O presente mais notável que ganhei
A fotografia de teu sorriso
Só isso pra me fazer mais calmo
Calmaria de um solitário
Solidão de um solo de violão
De acordes que acordam a vizinhança
Mas não palavra minha
Mas minha melodia de um dia
De um dia te reencontrar e tudo
E nada precisar fazer sentido
Apenas ser sentido
Com todos os sentidos
Simplesmente nos sentir
Nós a sentir
Em nós sente
Inocente sentimento sem palavra para nomeá-lo
Nomes perdidos de sentidos para apenas sentir.