sábado, 14 de agosto de 2010

Do Péssimo á Vontade

Do Péssimo á Vontade

É que aquilo que não está em mim
Se dissipa em sonhos etéreos
Não se mantêm corpóreo eterno
Apenas aquém do desejo interno

É que eu me perdi
Quem sabe, foi em uma canção
Em uma bossa-nova ou repente do sertão
O que ocorre é que me vendi

E tudo agora se perde de mim
Os tempos mudaram, eu vi
Os teoremas e teorias se esfacelaram
Ah, como eu quis mudar eu quis, e me mudaram.

Maldita maquinaria aguçada
Que me prende, me coroe, me maltrata
E tudo se desfaz com o vento, com o tempo
Mas me sobram os sonhos e lamentos
Ah, triste solidão, de sonhar e voar
De cair sem perdão
Pessimismo pós-moderno
Agora eu te digo sincero: comigo não

O discurso que proferi
Não corresponde ao que vivi
Apenas apresento uma face do que vejo
De uma humanidade sem desejo

Então me ouça e se cale
Haverá um outro mundo
De pessoas bem vivas, mas que eu
Coloridas e tenazes, de louvor que não morreu

Pintaremos o céu de vermelho
Verde, multicor
Pra que não pensem que queremos dor
Um mundo mais vivo do que o sangue azulado de um feudal senhor

Aqui nasce e morrem heróis
Aqui dentro de mim (também)
Aqui existem sonhos e realidades
Aqui ainda existem possibilidades

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