Poiesis (alguem me disse que significa Construir)
Teorias teorizam minha dor
Os livros como guardiões do conhecer
O meu querer como um devaneio
Os sonhos que dizem que não posso ter
Então eu busco na janela a minha liberdade
Mas de por do sol não vejo nada
Então percebo minha prisão domiciliar
A que criei dentro de mim velada
Aprisiono meus sonhos por tão pouco
Racionalizo a real impressão
O desejo de mudar o mundo é bobo
Mamãe, entendo, devo ganhar é meu pão
O resto do mundo sempre esteve aí
E eu que sonhava mudar algo
Então aprendo que tudo foi criado
De certo ponto, minha camisa de força aos poucos foi metrificado
Sabe, quando pergunto o que fazer sobre o mundo
Os guardiões não vão me dizer
São tão pobres de sentimentos nobres
Que aos poucos eu é que começo a ser
Então um desejo move-se dentro de mim
E mostra que ainda vivo
É um querer construir futuro
É sonhar sem ter sono e sem ter fim
E se o mundo em que vivo é algo criado
Eu mesmo com amigos criarei o meu mundo seguro
Seguro da busca do prazer do lucro
Que é uma solidão trasvetida em promessas de futuro
Quem sabe um dia
Um dia o mundo dê as mãos
E tudo girar em uma livre ciranda
A velha cirada esquecida e, hoje, pouco flexionada
Vou amolar a violada esquecida
Que um dia me comprometi em tocar
Poucas notas por mim aprendida
Mas a minha voz ainda pode cantar
Canterei o pouco que sinto
E com tantos outros, outras vozes criar
Dançar ciranda, torem, outra coisas
Criar um novo mundo sem deixar de Sonhar
Não me deixei seguir as massas
Mas tão pouco as deixarei de acompanhar
Posto que sou parte de um todo
E este todo todos temos que cuidar
Construir uma nova Utopia
Mas em terra firme é que ela vamos firmar
Não vamos nos deixar um outro ser nossa guia
Mas juntos um rumo tomar...
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